Por débora ferreira
Tatiana Dornelles
A
jornalista e blogueira Tatiana Dornelles, 36 anos, mora em Tubarão e é fã de aventura, gosta de se desafiar em esportes radicais, de fazer o bem ao próximo e de estar em contato com a natureza. Mas o que ela sempre quis mesmo é participar da história de alguma maneira, fazer algo diferente que pudesse ficar marcado para sempre.
Na época da Copa do Mundo do Brasil a jornalista fez o possível para se envolver com os jogos. Cadastrou-se como voluntária, fez uma bateria de entrevistas e provas e foi selecionada. Porém, um problema de saúde na família fez com que abrisse mão de participar. Agora ela está perto de fazer parte da história novamente e o sonho tão distante tem tudo para se tornar realidade em poucos dias. Tatiana é uma das 12 mil pessoas que vai carregar a tocha anunciando a chegada dos jogos olímpicos ao Brasil.
-Quando apareceu a chance de participar da Olimpíada eu não pensei duas vezes. Agora é a minha vez de entrar para a história de alguma forma. Toda essa união dos povos em torno do esporte me encanta. É uma felicidade indescritível - explica.
Há seis anos a jornalista e blogueira de viagem viu sua vida ganhar mais sentido e emoção, desde que se tornou escoteira. Os filhos gêmeos, hoje com 16 anos, foram os responsáveis pela nova vida da Tatiana escotista.
-Eles entraram no escotismo aos sete anos para mudarem uma série de comportamentos. Com o tempo passei a conhecer o trabalho que era desenvolvido pelos escoteiros, a dedicação que eles têm e a maneira como transformam a vida das crianças, tornando-os cidadãos mais responsáveis e éticos. Me apaixonei pelo trabalho e resolvi entrar também para ajudar a transformar a vida de muitas pessoas - conta empolgada.
Foi a vivência e o trabalho da Tatiana escoteira que a fizeram ser escolhida para essa missão especial. Ela já planeja um lugar de destaque em casa para abrigar a tocha. Será o principal personagem de uma super história de aventura que a escoteira vai contar para sempre.
EZEQUIEL DE SOUZA CORREA
E
zequiel de Souza Correa, 28 anos, não teve uma infância comum e o fato de ter que conviver com uma má formação desde que nasceu fez dele um vencedor, literalmente. Ele tem hemimelia fibular, doença que afetou o desenvolvimento dos membros inferiores. Já passou por cirurgias corretivas, andou de muletas e cadeira de rodas, e sofreu preconceito na escola:
-Recebi muitos apelidos, era bem complicado. Tenho 1,48 m, no colégio me chamavam de anão e caçoavam dos problemas nas minhas pernas e nos meus pés, pois tenho apenas três dedos em cada pé.
Como não podia correr e brincar, Ezequiel assistia na televisão aos filmes de Jean Claude Van Damme e Arnold Schwarzenegger e desejava ser forte como seus ídolos. O garoto não perdeu de vista o sonho e acreditou que poderia realizá-los.
Aos 13 anos parou de fazer fisioterapia porque não surtia mais os efeitos desejados. Três anos mais tarde, por recomendação médica, começou a se exercitar em uma academia para fortalecer os membros superiores e a lombar. Foi ganhando força e gostando cada vez mais da rotina, até passar a intensificar os treinamentos.
-Eu sempre quis ser atleta e deu certo! Participei da primeira competição aos 25 anos, no 9º Campeonato Sul Brasileiro de Levantamento de Peso, em Balneário Camboriú. Concorri na categoria até 65 quilos, aberta a competidores com e sem deficiência, e quebrei o recorde brasileiro. Levantei 170 quilos, a marca anterior era de 130 quilos – conta o halterofilista orgulhoso do feito e atual campeão brasileiro na categoria até 72 quilos.
A evolução de Ezequiel no esporte foi muito rápida. Logo após o Sul Brasileiro foi convidado pelo técnico da seleção brasileira paralímpica, Francisco Teles, para fazer um teste no Centro de Halterofilismo Paralímpico, em São Bento do Sul. O bom desempenho nos treinamentos levou o atleta a participar das provas do Circuito Caixa especiais para pessoas com algum tipo de deficiência física.
-Sou o único atleta a trazer medalhas para Santa Catarina no halterofilismo paralímpico. Tenho esperança de, em breve, ser chamado para integrar a seleção brasileira. Fiquei muito perto da vaga para as paralimpíadas, o meu sonho era estar lá – lamenta. Mas já planeja estar nos jogos de Tokyo, em 2020. Garante que estará mais preparado e experiente.
A história de superação de Ezequiel ganhou recentemente um ingrediente a mais. Ele será um dos condutores da tocha olímpica em Santa Catarina e não cabe em si, de tanta felicidade:
-Vi as pessoas na televisão carregando a chama, que foi acesa lá na Grécia, e me dei conta que ela vai passar na minha mão, é muita emoção. Já ri, já chorei e contei para todo mundo, os amigos e a família estão tão ansiosos quanto eu e vão me acompanhar neste dia especial.
Ezequiel de Souza Correa
E
zequiel de Souza Correa, 28 anos, não teve uma infância comum e o fato de ter que conviver com uma má formação desde que nasceu fez dele um vencedor, literalmente. Ele tem hemimelia fibular, doença que afetou o desenvolvimento dos membros inferiores.
A história de superação, que vem desde a infância, levou a jovem a fazer parte do grupo de pessoas que conduzirá a tocha olímpica no Brasil. A missão dele será em Tubarão, no Sul de Santa Catarina.
Ezequiel já passou por cirurgias corretivas, andou de muletas e cadeira de rodas, e sofreu preconceito na escola:
-Recebi muitos apelidos, era bem complicado. Tenho 1,48 m, no colégio me chamavam de anão e caçoavam dos problemas nas minhas pernas e nos meus pés, pois tenho apenas três dedos em cada pé.
Como não podia correr e brincar, Ezequiel assistia na televisão aos filmes de Jean Claude Van Damme e Arnold Schwarzenegger e desejava ser forte como seus ídolos. O garoto não perdeu de vista o sonho e acreditou que poderia realizá-los.
Aos 13 anos parou de fazer fisioterapia porque não surtia mais os efeitos desejados. Três anos mais tarde, por recomendação médica, começou a se exercitar em uma academia para fortalecer os membros superiores e a lombar. Foi ganhando força e gostando cada vez mais da rotina, até passar a intensificar os treinamentos.
Paixão pelo halterofilismo
No fundo, o garoto que se encantava com os atores fortes na televisão e no cinema desejava ser um atleta. Mas diante de tantas dificuldades físicas ele já não acreditava que pudesse realizar o seu sonho. Tudo mudou quando conheceu o halterofilismo.
-Eu sempre quis ser atleta e deu certo! Participei da primeira competição aos 25 anos, no 9º Campeonato Sul Brasileiro de Levantamento de Peso, em Balneário Camboriú. Concorri na categoria até 65 quilos, aberta a competidores com e sem deficiência, e quebrei o recorde brasileiro. Levantei 170 quilos, a marca anterior era de 130 quilos – conta o halterofilista orgulhoso do feito e atual campeão brasileiro na categoria até 72 quilos.
A evolução de Ezequiel no esporte foi muito rápida. Logo após o Sul Brasileiro foi convidado pelo técnico da seleção brasileira paralímpica, Francisco Teles, para fazer um teste no Centro de Halterofilismo Paralímpico, em São Bento do Sul. O bom desempenho nos treinamentos levou o atleta a participar das provas do Circuito Caixa especiais para pessoas com algum tipo de deficiência física.
-Sou o único atleta a trazer medalhas para Santa Catarina no halterofilismo paralímpico. Tenho esperança de, em breve, ser chamado para integrar a seleção brasileira. Fiquei muito perto da vaga para a paralimpíada, o meu sonho era estar lá – lamenta. Mas já planeja estar nos jogos de Tokyo, em 2020. Garante que estará mais preparado e experiente.
A história de superação de Ezequiel ganhou recentemente um ingrediente a mais. Ele será um dos condutores da tocha olímpica em Santa Catarina e não cabe em si, de tanta felicidade:
-Vi as pessoas na televisão carregando a chama, que foi acesa lá na Grécia, e me dei conta que ela vai passar na minha mão, é muita emoção. Já ri, já chorei e contei para todo mundo, os amigos e a família estão tão ansiosos quanto eu e vão me acompanhar neste dia especial.