Por débora ferreira

Mari Inez Theiss

Uma mulher 
de fibra

E

la está a frente da Defesa Civil de Gaspar desde 2009 e é daquelas pessoas que gostam de desafios. Mari Inez Testoni Theiss, 47 anos, foi uma das primeiras mulheres a assumir a Defesa Civil da região, que até então era administrada pelos militares. Se esse já foi um grande desafio, o que virá dentro de alguns dias é mais leve, mas não menos importante. Ela foi selecionada para carregar a tocha olímpica em Gaspar e se enche de orgulho ao falar sobre o assunto:

 

-Quando me ligaram dizendo que eu havia sido escolhida fiquei assustada porque não esperava. Estou muito feliz por ser na cidade que eu tanto adoro. Muitas pessoas pedem para que eu leve a tocha aos estabelecimentos comerciais, já que vou ficar com ela após o percurso. As pessoas querem fotografar e é uma honra porque dificilmente isso vai acontecer novamente em nosso município – destaca Mari Inez.

 

A professora com mais de 20 anos de experiência nas escolas municipais de Gaspar atuou como voluntária da Defesa Civil em 2008 e se encantou pelas atividades que a possibilitaram auxiliar no cuidado da população. Ela participou dos trabalhos na forte enchente que assolou a região e deixou milhares de pessoas desabrigadas.

 

A oportunidade para assunmir a coordenação da Defesa Civil da cidade veio em 2009 e Mari Inez conta que enfrentou algumas barreiras, principalmente por ser mulher. Hoje a situação é mais tranquila, os militares ensinaram muitas coisas e abraçaram a ideia de ter uma mulher ocupando o cargo. Ela aprendeu sobre o assunto e domina como ninguém as estratégias em casos de emergência na região, tanto é que foi escolhida como presidente do colegiado da Defesa Civil da Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí (AMMVI), composta por 14 cidades.

 

-Gosto de levar as informações para o povo e explicar os riscos de maneira que eles compreendam. Ser útil para a comunidade é o que mais me atrai neste trabalho. Com o passar dos anos e a experiência adquiri o respeito das pessoas e isso só vem com o tempo mesmo, à medida que dominamos o assunto e mostramos segurança.

 

É enorme a responsabilidade de estar a frente de uma atividade como esta, que é extremamente importante porque a região de Gaspar sofre com alagamentos e deslizamentos. E Mari Inez sabe disso:

 

-Muitas vezes tomamos decisões bem complicadas, nos baseamos em previsões do tempo que mudam bastante. Precisamos estar em contato com as pessoas certas e eu prefiro errar para evitar um problema do que não prevenir e acontecer uma catástrofe – ressalta.

jonas Junckes

Da feira para 
as corridas 
de aventura

J

onas Junckes, 28 anos, natural de Gaspar, vende pão, cuca e geleia desde os 13 e se intitula um caipira. Nas horas vagas, o feirante assume papel de atleta e tem uma história que serve de inspiração para muitas pessoas. Educador físico por formação, atleta por paixão, ele é um dos condutores oficiais da tocha olímpica em Gaspar e personagem da série Na trilha da tocha.

 

O convite veio inesperadamente e ele se sente honrado em representar os moradores da cidade:

 

-Carregar a tocha significa tanta coisa, espalha sentimentos de amizade e respeito, coisas que prezo. É uma honra participar, principalmente se eu puder servir de exemplo para motivar as pessoas a insistirem mais nos sonhos delas - destaca.

Ainda na adolescência começou a praticar bicicross. Um certo dia, assistiu em um programa de televisão uma matéria sobre corrida de aventura e ficou com vontade de conhecer o esporte. Aos 18 anos, descobriu uma prova da modalidade em Pomerode e fez a sua estreia oficial em um esporte que já o levou para diversas partes do mundo.

 

A corrida de aventura é um esporte que exige preparo físico e mental. Nada mais é do que uma navegação com mapa e bússola em um percurso que não é balizado como nas outras provas, ou seja, a estratégia é fundamental. Os participantes precisam passar pelos pontos de controle e têm um limite máximo de tempo para concluir os percursos. As provas mais longas, como o mundial, chegam a durar até cinco dias.

 

Os atletas correm, pedalam, remam e andam de caiaque nas mais belas paisagens mundo afora. Aliás, o contato com a natureza é o que mais atrai os praticantes da modalidade.

 

Jonas é privilegiado e brinca que tem o quintal de casa para treinar, já que a região de Gaspar reúne as condições ideais para condicionamento físico. Outros locais onde costuma treinar são o Alto Vale do Itajaí e Florianópolis. Ele participou recentemente da quarta etapa do Mundial de Corrida de Aventura, no Paraguai, desafiando com os colegas de equipe um percurso de 600km. Os quatro integrantes largam juntos e precisam chegar juntos ao fim da prova.

 

O feirante-atleta já levou a bandeira brasileira a diversos lugares do mundo como Escócia, Portugal, Croácia, Eslovênia, Hungria, República Tcheca, Uruguai e Nova Zelândia. E garante que se pudesse viveria apenas do esporte:

 

-Seria um sonho viver como atleta profissional, gostaria de desenvolver projetos voltados a comunidade, incentivando as pessoas a praticarem mais esportes junto a natureza. O esporte é uma ótima ferramenta para educar as pessoas - acredita.

E é essa a mensagem que ele quer emanar no dia 12 de julho, quando estiver conduzindo a tocha olímpica em Gaspar.