Por débora ferreira

DARCI SANTOS DA SILVA

A corrida me mantém vivo

A

legria e determinação são as palavras que norteiam a vida de Darci Santos da Silva, um marceneiro que trabalha nos fundos de casa com restauração de móveis antigos e que dedicou os últimos 26 anos de vida à corrida. Morador de Balneário Gaivota, no Sul do Estado, começou sem pretenção.

 

- Vi que ia acontecer uma prova na cidade, me interessei e decidi participar. Me saí bem, fiquei em terceiro lugar e daí em diante não parei mais - conta o atleta de 50 anos que já fez 8 maratonas, 15 meias maratonas e perdeu as contas de quantas corridas rústicas participou.

 

A mais desafiadora foi em São José dos Ausentes (RS), distante 93 quilômetros de onde mora. Como não tinha transporte para ir até lá, decidiu fazer o trajeto de bicicleta.

 

- Saí de casa às 4 horas da manhã e pedalei até onde deu. Quando cheguei no morro vi que não ia conseguir subir com a minha bicileta porque era muito pesada, então fui correndo até São José dos Ausentes. Levei cinco horas. Descansei duas horas e larguei para a prova de 10 quilômetros. Terminei em segundo lugar.

 

Foi uma amiga quem escreveu a história de Darci no concurso para carregar a tocha Olímpica. Quem convive com ele admira o bom humor do marceneiro-atleta diante das dificuldades e é justamente essa resiliência que torna sua vida ainda mais especial.

 

Emocionado, Darci garante que vai fazer o percurso com a tocha bem devagar para aproveitar ao máximo o momento, que compara ao mesmo que ganhar na loteria.

 

- Problema a gente tem, mas não adianta desistir, tem que lutar. Nada como um dia depois do outro. Meu sonho é fazer a Meia Maratona do Rio de Janeiro. Enquanto tiver fôlego e saúde vou correr muito ainda - planeja.