Por débora ferreira

SEBASTIÃO SERAFIM

Superação não depende da idade

S

ebastião Serafim não esconde a alegria por ter sido escolhido como um dos condutores da tocha olímpica em Santa Catarina. Aos 63 anos, é um orgulho para este esportista anunciar a chegada dos jogos ao Brasil. Ele mandou até confeccionar uma camiseta especial para anunciar que está entre os condutores e praticamente não a tira do corpo.

 

-Estou muito feliz, é uma das melhores coisas que aconteceu na minha vida, nunca pensei em carregar a tocha, nem no meu melhor sonho. Quero caminhar bem devagar durante o percurso (que é de 200 metros) para demorar mais a passar - planeja.

 

A grande paixão de Sebastião é a corrida. Ele começou a praticar o esporte há apenas 10 anos. E foi essa história de superação que vai levá-lo a participar de um dos momentos mais importantes da história do esporte brasileiro.

 

Tudo começou quando, aos 53 anos de idade, foi desafiado por um amigo a voltar correndo do trabalho. Sebastião topou a ideia e percorreu sete quilômetros correndo. Percebeu que tinha habilidade para o esporte e tomou gosto. Começou a treinar e decidiu participar da primeira prova oficial.

 

-Eu não sabia como funcionava uma prova de corrida, não sabia que tinha premiação por categoria. Terminei de correr e de repente fui chamado para subir no pódio. Fiquei em terceiro lugar na categoria de 50 a 55 anos. Percebi que poderia continuar correndo e evoluir no esporte - lembra.

 

Sebastião ajudou a fundar um grupo de corrida em Concórdia e já tem 162 provas no currículo, entre elas seis maratonas e sete São Silvestre, uma das provas mais tradicionais do Brasil, realizada anualmente no dia 31 de dezembro, em São Paulo.

 

-A primeira vez que fiz a São Silvestre estava tão empolgado que não senti a subida da Brigadeiro Faria Lima. Quando me dei conta as pessoas estavam batendo palmas, eu já estava cruzando a linha de chegada - conta o experiente corredor, que faz questão de angariar novos adeptos ao esporte. Sebastião é uma figura conhecida na cidade, dá dicas e até acompanha os mais jovens nos treinos de rua.

 

Correr virou um vício e uma dose extra de energia e saúde. Ele já fez 11 provas no primeiro semestre deste ano e planeja muitas outras, de preferência as corridas mais longas, sua grande paixão.

Paulo Sandi

Garoto fã 
de badminton

E

le sabe que fará parte de uma minoria de 12 mil pessoas que terão a chance de carregar em Concórdia a chama que anuncia a chegada dos jogos olímpicos no Brasil. O garoto Paulo Sandi, 15 anos, pratica badminton há aproximadamente dois anos e acredita que tenha encontrado o esporte que levará pelo resto da vida. Foi a sua paixão praticamente imediata pela modalidade que o levou a contar a sua história e ser selecionado para conduzir a tocha olímpica.

 

O jovem, que se entrega fã de esportes, aguarda ansiosamente o momento que marcará a sua história:

 

-A minha família está orgulhosa de mim e todos estão ansiosos, assim como eu, esperando este momento. Na minha escola também estão todos felizes com a chance que terei de carregar a tocha – conta.

 

O badminton ainda é um esporte pouco conhecido em algumas regiões do país. Paulo descobriu a modalidade pela televisão, ficou interessado e foi na internet buscar mais informações.

 

-Eu não conhecida nada sobre o badminton. Sempre fui muito curioso e quando uma professora de educação física avisou que tinha vaga para participar dos Jogos Escolares (JESC) na minha região, não pensei duas vezes. Já estava pesquisando sobre o esporte, então conheci um menino que jogava e ele aceitou me ajudar – explica o garoto.

 

Com pouco mais de um mês de treinos Paulo participou do primeiro campeonato e ficou em segundo lugar. Alguns meses mais tarde, em Lages, jogou a etapa regional do JESC e ficou em quarto lugar no grupo, ciente de que ainda tem muito a aprender na modalidade:

 

-Troquei bastante experiência em Lages, conheci jogadores com mais técnica, como o pessoal de Canoinhas, que me ajudou a entender mais sobre posicionamento na quadra e até como segurar melhor a raquete. Quero levar o badminton pelo resto da minha vida – sonha.