Por débora ferreira

Eduarda Amorim Taleska

Sonho a ser realizado

D

eterminação é a palavra que melhor define Eduarda Amorim Taleska, 29 anos, jogadora da seleção brasileira de handebol. Duda, como é chamada, é uma blumenauense apaixonada por esportes, mas que já sonhou em ser aeromoça. Antes de levar o handebol a sério, jogou vôlei e praticou ginástica rítmica desportiva.

 

A família incentivou para que ela fizesse esportes e a referência foi a irmã Ana, que jogava handebol pelo time de Blumenau. Aos 11 anos, ainda no grupo da escola, arriscou os primeiros arremessos. Não demorou muito para participar das primeiras competições e ficava cada vez mais evidente que aquela garotinha determinada tinha um talento para o esporte. Duda era chamada pelas adversárias de "metralhadora" porque tinha muita força no braço e seus arremessos eram praticamente indefensáveis.

 

- Pensava em chegar na seleção brasileira, era um objetivo e um sonho que eu tinha desde que comecei a jogar. Meu técnico e minha irmã representavam a seleção e eu também tinha essa vontade - lembra a atleta, que começou a perseguir o sonho de ser uma jogadora profissional.

 

Do time da escola passou para o da cidade e, em 2002, saiu de casa para jogar em São Paulo. Essas mudanças corajosas faziam parte dos planos dela de seguir uma carreira profissional. Duda passou pelos clubes Metodista e São Caetano e teve ótimo desempenho nos times paulistas. Com isso, crescia a vontade de ter uma chance, fazer história na seleção brasileira e ganhar o mundo.

 

Quatro anos depois, em 2006, já com muitas medalhas e importantes títulos no currículo, a jogadora recebeu uma proposta para voar mais longe e assinou contrato com um clube da Macedônia. Lá, jogou por três temporadas, aprendeu a língua e os costumes locais e se tornou uma das estrelas do time.

 

Em 2007 alcançou mais um sonho, defendeu a seleção brasileira no mundial e nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro. Em 2008, participou da sua primeira Olimpíada, em Pequin, na China. Um ano mais tarde, mudou-se para a Hungria e passou a defender o clube Gyori Eto KC, onde joga até hoje.

 

-Vários momentos foram marcantes na minha carreira, mas talvez o mais importante foi quando finalmente conquistei a minha primeira Liga dos Campeões com o Gyori Eto KC, depois de anos tentando. E pela seleção foi quando conquistamos o mundial, em 2013. Foi um feito histórico para o Brasil e para o handebol. Uma emoção muito grande e uma sensação maravilhosa, inesquecível - lembra Duda.

 

O que motiva essa blumenauense agora é conquistar uma medalha olímpica nos jogos do Rio de Janeiro, o que seria um feito histórico para handebol feminino:

- Estamos nos preparando, tentando retomar nossa confiança como equipe. Nós lutaremos pela medalha, independente da cor. Além da motivação, é uma honra poder disputar uma Olimpíada em casa.

 

Dentro de alguns dias Duda estará de volta a sua cidade natal para um momento de grande emoção. Vai carregar a tocha olímpica na terra onde nasceu e aprendeu a jogar. Ela garante que é um orgulho muito grande e que já está ansiosa por este dia:

-Fico imaginando como vai ser, se muitas pessoas vão acompanhar. Com certeza será inesquecível para mim, um momento único na minha carreira.