Por débora ferreira

George de Almeida Júnior

Trabalho em benefício da comunidade

G

eorge de Almeida Júnior, 54 anos, é um carioca que escolheu Santa Catarina para viver. Ele mora na praia da Guarda do Embaú há 27 anos e devolve a hospitalidade e qualidade de vida que encontra no lugar em trabalho social para a população. Crianças, adultos e idosos estão entre os beneficiados pelas boas ações. Acostumado a fazer os outros felizes, o educador físico e fisiologista do exercício foi pego de surpresa com a indicação para conduzir a tocha olímpica em Palhoça.

 

-A emoção que senti quando recebi a ligação dizendo que eu era um dos escolhidos para carregar a chama da Olimpíada foi tão grande quanto a emoção do dia em que a minha esposa contou que estava grávida. É uma honra fazer parte deste evento, ainda mais para mim que trabalho com esporte a vida inteira - empolga-se ao lembrar.

 

George chegou na Guarda do Embaú em 1989 e desde então é conhecido como Madeira, apelido que recebeu dos moradores locais porque vivia em uma casinha de madeira no meio do mato.

 

-Quando cheguei aqui era um lugar muito primitivo e comecei a implantar um trabalho voluntário com natação, futebol, vôlei e surfe para crianças. Com o tempo consegui manter as aulas de natação e surfe. Trabalhamos de dezembro a março com aulas gratuitas e atendemos cerca de 300 crianças por temporada - explica.

 

Com o sucesso das aulas para as crianças surgiu a vontade de ajudar pessoas com deficiência. Então o educador físico criou o Atletas da Natureza, projeto que está na 16ª edição e que reúne anualmente portadores de deficiências físicas ou mentais para um dia de atividades a beira mar. Eles fazem aula de mergulho, surfe, caiaque, aprendem a jogar tarrafa e ainda participam de apresentações teatrais e musicais.

 

O mais recente trabalho beneficia os idosos. A princípio, quatro senhoras pediram ajuda para alívio das dores na coluna. Passados oito anos de atividades, Madeira atende 110 pessoas e teve que abrir um núcleo na Praia do Sonho, além do já existente na Guarda do Embaú.

 

-Gosto de realizar esse trabalho social, na verdade, este é o objetivo da minha profissão, levar qualidade de vida às pessoas. Tenho a academia que é o meu ganha-pão e penso que, se consigo viver bem em uma comunidade, preciso dar retorno a ela. Se cobrar pelas aulas teremos cinco alunos. Se não cobrar, teremos 50 - ensina o professor.