Por débora ferreira

juliano camacho

Anjo do pedal

Q

uando foi chamado de “anjo do pedal” Juliano Camacho, morador de Jaraguá do Sul, mal sabia a proporção que o seu trabalho ganharia. Aos 38 anos e com uma história bonita de voluntariado, ele é um dos escolhidos para carregar a tocha olímpica e está bastante ansioso à espera do tão sonhado momento.

 

-Quando fiquei sabendo que havia sido selecionado a emoção foi muito grande. Logo depois me contaram que, de presente, eu iria ficar com a tocha, então caí no choro porque é uma lembrança que vou ter para a minha vida inteira. Estou muito ansioso e a família e os amigos também – conta.

 

A história que levou Juliano a se juntar ao grupo de escolhidos para participar da chegada dos jogos olímpicos do Rio de Janeiro revela um homem voltado a ajudar o próximo. Na adolescência ele praticou vôlei, basquete, handebol e chegou a fazer parte da seleção brasileira de bicicross, aos 13 anos.

 

-Sempre fui fã de esportes, quem me conhece sabe e ficou muito feliz com este momento que vou viver. A Olimpíada é um ícone do esporte, estou realizando um sonho de participar de uma, mesmo que seja carregando a tocha – explica Juliano, que descobriu na bicicleta uma grande paixão.

 

Em 2010 ele começou a pedalar por lazer e percebeu que muitas pessoas também gostavam de usar a bicicleta para passear pela cidade, mas elas encontravam dificuldade para saber mais sobre como usar a marcha, andar na rua com segurança, dicas para iniciantes. E foi pensando em ajudar quem pouco conhecia sobre pedal que Juliano criou um grupo com encontros semanais.

 

-Uma menina me chamou de “anjo do pedal” e eu achei o nome legal. Fui pesquisar na internet e descobri o Bike Anjo, uma rede de ciclistas apaixanados por bicicleta e que ajudam pessoas a usar esse veículo. Existe no mundo todo e aqui em Jaraguá do Sul somos em 19 voluntários. Nossos pedais têm cerca de 30 pessoas, às quintas-feiras fazemos o pedal da iniciação, voltado a quem ainda não sabe pedalar – explica.

 

No terceiro domingo de cada mês o grupo organiza a Escola Bike Anjo, onde ciclistas de todas as idades aprendem a pedalar. Muitas pessoas já passaram pelas aulas e Juliano lembra com carinho de Carol, uma menina de 13 anos que chegou tímida e sem saber andar de bicicleta. Com cerca de duas horas de aula ela já estava pedalando sozinha.

 

-É uma emoção ver casos como o da Carol. Hoje ela faz trabalhos de baliza, anda com a família na rua e pedala muito bem. Ver a evolução das pessoas me satisfaz bastante, a gente faz o bem sem olhar a quem.

Teo Meyer

Eterna paixão pelo tênis

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tênis entrou na vida de Teo Meyer quando ele tinha 13 anos e acabou virando uma de suas paixões. Cerca de 40 anos depois ele continua a praticar o esporte, possui mais de 60 troféus na estante e está prestes a vivenciar uma das grandes emoções da vida, que é conduzir a tocha olímpica em Jaraguá do Sul.

 

Ele está tão empolgado com o papel que assumirá em breve que faz questão de usar diariamente o bóton de condutor oficial da tocha olímpica que recebeu da organização do evento.

 

-A cada dia que passa o frio na barriga aumenta e eu tento me controlar. As pessoas me perguntam sobre a tocha nas ruas, no trabalho e isso me dá uma sensação muito boa.

Minha família está bastante orgulhosa da minha função de condutor, afinal, estou entre os 12 mil selecionados no Brasil – orgulha-se.

 

Quando começou a jogar tênis, Teo encontrou dificuldades porque naquela naquela época era considerado um esporte de elite, com equipamentos muito caros, além da escassa estrutura em torno da modalidade. Hoje a situação do esporte é bastante diferente, os produtos têm preço mais acessível, há quadras públicas de tênis em várias cidades e até clubes particulares que permitem a pratica do esporte.

 

-Nunca pensei em ser profissional. Me associei a Federação Catarinense de Tênis (FCT) em 1999, começou a participar dos estaduais e foram anos maravilhosos. Eu viajava durante a semana para trabalhar e nos finais de semana para jogar – conta o representante comercial.

 

Teo já conquistou três vezes o título estadual catarinense e foi duas vezes vice-campeão. Ainda hoje mantém a rotina de treinos no fim do dia e nem pensa parar de jogar:

 

-O tênis alivia a tensão, me desestressa, além de ser uma atividade física que proporciona a interação com os amigos. É bom demais.

O atleta amador também pode trabalhar o lado social por meio deste esporte, ele ajudou a desenvolver um projeto que ensina tênis para cerca de 40 crianças carentes de Jaraguá do Sul. Fazer parte desta ação envaidece o apaixonado tenista.