eu filho ainda não tinha sido nem batizado e pragas já se espalhavam por porões e garagens, cada qual com sua personalidade. Distorciam o blues, retorciam o rock’n’roll. Em comum, a devoção pela música pesada. Não tinha mimimi. Quando tinha, rendia umas baladas – no meu tempo, música lenta – de amolecer até um cara durão como eu. Exageravam no visual, nos instrumentais, nos cenários. Pareciam e se comportavam como entidades (tive que me controlar para não falar semideuses), julgando-se imortais. As mais resistentes atravessaram gerações e se tornaram referências da escola que ganhou a pecha de hard rock. Ou, como se referem os tiozinhos de um país inverossímil na América do Sul, rock pauleira.