a batida do funk e do deep, a jovem Ana Carolina Boeno Cardoso, 13 anos, está descobrindo o seu lugar no mundo. Com o head phone nos ouvidos, atrás da pequena mesa controladora e um notebook, ela se transforma na DJ Boeno e coloca todo mundo para dançar, seja na pista, nas ruas ou no galpão do Centro Cultural Eleandro Alfen, a poucos metros do Conjunto Habitacional Marlene Moreira Pierre, onde vive no bairro Pachecos, em Palhoça.
A pouca idade nunca foi motivo para Ana adiar seu sonho. Quando tinha 11 anos, falou para a mãe que queria ser DJ. Em um tablet com a tela quebrada, baixou um aplicativo amador para mixagens e começou a fazer testes com músicas. Um ano depois, ganhou uma surpresa da mãe:
– Não acreditei quando minha mãe pediu para
eu olhar dentro da caixa que tinha um presente para mim. Quando vi que era a mesa controladora e o
fone, comecei chorar de alegria, pulei e abracei ela – lembra a jovem.
Após isso, Ana resolveu organizar uma festa no Centro Cultural e começou a ser convidada para tocar em outras festas, inclusive em casas noturnas. No set list da jovem DJ entra deep e pop, mas o que a público gosta mesmo é o funk. Quando pensa no espaço que está conquistando, ela não consegue segurar a emoção:
– Teve gente que disse que eu não iria conseguir porque sou muito nova. Mas estou buscando meu espaço, correndo atrás. Meu sonho é ir para São Paulo conhecer o DJ Pereira, que admiro muito – conta.
Os pais apoiam, levando e acompanhando Ana
nas apresentações, já que é menor de idade. A mãe, Ana Paula Boena, conta que a filha é estudiosa e merecedora:
– A gente fica preocupada, mas desde pequena ela sempre foi muito decidida. Quando um amigo falou que tinha essa mesinha e me vendia por um preço mais em conta, resolvi dar o presente. Se é o que ela quer, eu apoio – disse.
Nome: Ana Carolina Boeno Cardoso – DJ Boeno
Idade: 13 anos
Comunidade: Pachecos – Palhoça
Talento: DJ
NAS REDES
Facebook: Ana Boeno
(DJ Boeno)
Contato: (48) 8433-9963
Quando organizou a primeira festa no bairro, Ana não teve dúvida do que fazer com o dinheiro arrecadado: comprou doces e levou para as crianças do Cras. Ela recorda uma vez que estava andando na rua, comendo bolacha, e uma menininha pediu um pouco:
– Aquilo me marcou, porque eu gosto muito de criança. Perguntei por que ela estava na rua e ela disse que tinha fugido do Cras. Quando voltei lá, ela lembrou de mim e ficou feliz com os doces. Depois disso, eu comecei a pensar em fazer mais vezes – recorda Ana.
Na segunda edição da festa, já mais organizada, Ana conseguiu arrecadar mais e distribuir kits com doces
para crianças do bairro Bela Vista. A mãe conta que
ficou surpresa.
– Foi tudo ideia dela. Nem sei como consegue organizar tudo e pensar em tanta coisa. Pensei que
ela ia pegar o dinheiro e comprar algo para ela, mas
que nada. Separou os kits e montou tudo na sala de
casa e depois foi entregar.
Para o futuro, Ana pensa em continuar batalhando por sua carreira e seu projeto social, trazendo alegria por meio de seu som.
Teve gente que disse que eu não iria conseguir porque sou muito nova. Mas estou buscando meu espaço.
Hora de Santa Catarina