andeiro, berimbau e atabaque são alguns dos instrumentos que compõem a trilha sonora da vida do capoeirista e estudante de Educação Física André de Souza Viana, 26 anos, do bairro Monte Verde, em Florianópolis. Praticante de capoeira desde os 11 anos, hoje ele repassa sua experiência por meio de seu projeto social no bairro onde nasceu e vive até hoje.
Semanalmente os alunos aguardam ansiosos a chegada do professor na turma que mistura crianças, jovens e adultos. Mais do que capoeira, André ensina disciplina, responsabilidade e
respeito às diferenças:
– Quando comecei a dar aulas, tive vontade de fazer um projeto, pois foi como comecei, e queria retribuir. Em uma festa da comunidade, anunciei que precisava de um espaço e o responsável cedeu o salão da igreja. Isso faz cinco anos. E pra mim é uma magia diferente, não recebo em valores, mas o que ganho é muito maior. Vejo o convívio do grupo tão diferente dando certo, me sinto feliz de influenciar de maneira positiva – conta.
No dia 8 de novembro de 2015 foi realizado o batizado e a troca de graduação da turma. Nem todos os participantes tinham condições de arcar com os custos. Mas, dentro da própria comunidade, André buscou padrinhos e conseguiu o apoio
com estabelecimentos para que ninguém ficasse
de fora da festa.
Nome: André de Souza Viana
Idade: 26 anos
Comunidade: Monte Verde – Florianópolis
Talento: capoeira
NAS REDES
Facebook: André Desterro Capoeira
Instagram: @andredesterro
Contato: (48) 9667-0204
André relata que já havia praticado outros esportes, mas que não parava em nenhum. Ele começou na capoeira por influência de amigos e acabou sendo
fisgado pela modalidade:
– Se encaixou como uma filosofia de vida para mim.
Vi que gostava de outras partes, que poderia me exercitar como cantor, compositor, como artesão, pois a capoeira nos dá muitas vertentes – conta.
Primeiro, André começou treinando, depois passou a instrutor, e então foi para campeonatos, quando teve uma visão diferenciada das rodas. Hoje, não consegue imaginar a vida sem a capoeira:
– Há 15 anos isso faz parte da minha vida. Toda terça e quinta tem aula, na sexta encontro meu mestre, então é uma rotina da minha vida toda.
Após todos esses anos de prática, André teve até a oportunidade de ir para a Europa:
– Fui para a Irlanda por três meses, e tive a oportunidade de ministrar aulas, conhecer capoeiristas, participar de rodas. Foi um período de muito aprendizado e troca de experiências – relembra.
Você precisa
se dedicar
e ter muito amor pela
sua arte.
O grande sonho da vida do instrutor é se tornar um mestre. Em termos de graduação, faltam quatro cordas – ele está na roxa e marrom, nona em uma série de 11 – mas explica que não existe um tempo certo:
– Você precisa se dedicar e ter amor pela sua arte. É difícil de dizer quanto tempo pode demorar, pois é preciso trabalhar muito. E você vai evoluindo como ser humano também. Tenho 15 anos de capoeira. Para ser mestre, geralmente leva de 20 a 25 anos de prática na linha do grupo Desterro, que faço parte.
Ele explica que, com o passar do tempo, a comunidade começa a ver o instrutor com respeito e admiração, fazendo com que ele vá se tornando um mestre, até receber a nomeação.
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