BLUMENAU 165 ANOS
ensinar

A diferença é dar uma oportunidade

E

mbalados pela batida da música eletrônica, homens e mulheres repetem os passos recém-aprendidos em mais uma aula de sexta-feira à noite. A coreografia é nova e a mente trabalha em sintonia com o corpo para conseguir gravar e executar os movimentos. Para o professor Ariél Neves de Oliveira é isso que a dança proporciona: união. União não apenas do corpo e da mente, mas principalmente das pessoas.

 

– Amizade é a parte mais marcante deste processo. O grupo acaba se tornando uma família – garante.

 

O processo, mencionado pelo professor de 26 anos, já une vontades e proporciona a troca de experiências há oito anos, quando Ariél decidiu que iria repassar o que sabia aos colegas que, como ele, não tinham mais idade para frequentar os projetos sociais do município para crianças e adolescentes. Assim ele começou as aulas gratuitas de danças que, depois de passarem por diversos espaços, hoje ocorrem na Associação da Artex. Num misto de orgulho e emoção, Ariél lembra com carinho das mais de 100 pessoas que já coreografou:

 

– Tive uma aluna que agora é professora de dança, além de estudante de Educação Física. A grande maioria dos jovens que dançava comigo foi para a faculdade, não sei se por conta do projeto, se estão todos na área da dança, mas todos seguiram os estudos.

 

Sem elencar dificuldades, Ariél prefere falar dos resultados positivos que o trabalho voluntário lhe rendeu:

– Além da atividade física, a dança também faz bem para a mente.

Dou a eles um pouquinho do meu tempo e em troca eles me ajudam a realizar meu sonho, que é fazer esse grupo crescer, sendo sempre gratuito.

 

Sem rodeios, o professor garante que a verdadeira diferença que alguém pode fazer é dar uma oportunidade.

 

– Não tem nada a ver com dom, qualquer um pode dançar, qualquer um pode ensinar, é só querer. Aqui, eles confiam que eu posso ensinar, eu confio que eles vão aprender e isso é o que importa.

 

A companhia de dança, que já precisou ser dividida em duas turmas, quando 40 pessoas frequentavam as aulas, hoje aceita até 15 alunos por vez porque, segundo o professor, com um número reduzido o trabalho flui melhor.

 

Satisfeito com o avanço da turma, Ariél ressalta que as coreografias podem ser assistidas mensalmente no Super Sábado, no Centro, ou em eventos promovidos pela prefeitura como o Dia do Trabalhador, na Vila Germânica.