BLUMENAU 165 ANOS
reformar

Reação maior que a ação

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as tardes quentes de março as crianças do berçário do Centro de Educação Infantil Evalino Roth, na Escola Agrícola, engatinhavam com dificuldade na parte externa da sala. O solário da instituição, que existe desde 1985, estava velho. Pisos quebrados deixavam à mostra o cimento do espaço que deveria ser percorrido pelos frágeis joelhos dos 12 bebês de cinco e seis meses. A cena chamou a atenção de Deise Farias Capponi, 31 anos, mãe de Isabella, que naquele mês passaria a frequentar a escolinha.

 

– Sou designer de interiores e também trabalho com obras. Na hora lembrei dos meus fornecedores, conversei com as professoras e pensei em melhorar o espaço para as crianças. Pedi para três lojas, pensando que se uma ajudasse já seria bom. As três ajudaram, uma delas doou todo o porcelanato. No fim, seis fornecedores apoiaram a ideia e a prefeitura cedeu a mão de obra – lembra.

 

No começo de abril Isabella adoeceu e precisou sair do centro infantil.

 

As obras recém-começadas seguiram firmes por mais um mês. Além do piso do solário, Deise conseguiu apoio para reformar o espaço de dormir, o banheiro, as cortinas e as paredes, que ganharam cor pela primeira vez. Para a jovem mãe, que revelou nutrir uma antiga vontade de ajudar mas ainda não tinha tido uma oportunidade, todo o processo da revitalização do berçário aconteceu naturalmente:

 

– Minha filha não chegou a frequentar o CEI nem durante nem depois da reforma, mas a ideia não era só favorecer ela. Foi tudo muito rápido e simples. Tanto que eu não tinha noção do quanto isso ia afetar a vida dessas pessoas. O retorno acabou sendo maior do que a ideia – celebra.

 

A professora Tatiana Lourdes de Souza que o diga. Para ela, que já atua na instituição há três anos, a expectativa pela mudança era grande:

 

– Antes a gente passava muito tempo cuidando para eles não se machucarem, sem contar que não dava para aproveitar esse espaço. Hoje mudou tudo.