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Eventos  | 27/06/2009 20h15min

Liberdades na internet marcam o Fórum Internacional Software Livre

Evento, que contou com o presidente Lula, se encerrou neste sábado, em Porto Alegre

Guilherme Neves  |  guilherme.neves@rbsonline.com.br

O Fórum Internacional de Software Livre se encerrou neste sábado, em Porto Alegre, tendo na grade um dos últimos debates sobre o tema mais presente no evento em sua 10ª edição: liberdade na internet.

Paulo Teixeira (deputado), Marcelo Branco (coordenador do evento) e Sérgio Amadeu (sociólogo e ativista do software livre), dividira a mesa com Peter Sunde (Pirate Bay), Seth Schoen (Electronic Frontier Foundation), Elizabeth Stark (ativista do software livre) e Jacob Appelbaum (hacker).

Além de falar sobre a defesa das liberdades na internet, a mesa atacou o projeto do senador Azeredo, o reflexo brasileiro do que Sérgio Amadeu chamou de ataque à rede.

– Eles estão chegando na internet. Eles querem culpar a rede pelos crimes, e no fundo culpar a todos nós. Nós somos contra o controle. Liberdade na rede! – disse Amadeu, dando lugar a muitos aplausos pelo público.

Liberdade na rede era o consenso entre os participantes da mesa. De Peter Sunde, processado por intermediar o compartilhamento de arquivos protegidos por direitos autorais na Suécia, à Seth Schoen, que trabalha na defesa da internet nos Estados Unidos, o chamado era para dar atenção ao assunto.

– Temos que fazer do assunto uma questão política. Sem tornarmos isso em um ambiente político, não conseguiremos a liberdade na internet. Falem com as pessoas sobre isso, com seus amigos, com seus parentes. Diga o que está acontecendo.

Segundo Jacob, há lugares no mundo em que não há liberdades como há no Brasil, para reunir-se, para debater assuntos como este. Para ele, o Brasil pode ajudar outros países.

– Vocês podem fazer isso sem permissão, por utilizar o Tor (rede de proxies que permite aos usuários navegarem sem ter a localização descoberta), por exemplo. Façam alguma coisa.

Mesmo o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, entrou no debate. Sendo o primeiro presidente a vir ao evento, o “Lula nerd”, como falou Marcelo Branco, defendeu a liberdade citando Caetano Veloso.

– Nesse governo, é proibido proibir. Essa lei não visa a corrigir abuso de internet. Fazer uma lei que permite que as pessoas entrem a casa das outras para saber o que estão fazendo, até sequestrando computadores, assim não é possível.

Era o que precisava para coroar o debate: uma garantia de que o projeto não receberá acolhimento presidencial.

– Conseguimos, também, ampliar o debate para uma sociedade que não está tão alerta, ainda, ao perigo representado pelo projeto de cibercrimes.

Foram mais de oito mil inscritos, presentes num evento com 76% de palestras técnicas, e outros 24% com debates e estrelas internacionais do ramo. Desenvolvedores do kernel Linux, palestrantes do Google, empresas como Oracle e Sun, estiveram presentes.

Um dos convidados especiais, o fundador do movimento de software livre, que inspira o evento, viu a edição com bons olhos. Richard Stallman participou da abertura oficial, do encontro com o presidente Lula, e fez três palestras no fils10 - além de uma sessão de fotos e autógrafos com fãs.

– É muito importante que as pessoas apoiem o software livre, pois tem a ver com a liberdade de todos nós. A melhor forma de nos apoiar, é unir-se ao movimento – disse Stallman.

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