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Eventos  | 25/06/2009 10h18min

Fórum defende democracia digital

Compartilhamento de arquivos pela rede é um dos temas que atraem participantes a fórum

VANESSA NUNES  |  vanessa.nunes@zerohora.com.br

Uns querem poder trocar músicas pela internet, outros modificam programas de computador para atender melhor a suas necessidades. Também há aqueles que estão preocupados com o que chamam de tentativa de vigilância online.

Foi-se o tempo em que o Fórum Internacional Software Livre (Fisl), realizado há 10 anos em Porto Alegre, tinha foco apenas nos programas de computador que podem ser usados, copiados, modificados e distribuídos livremente. O encontro que começou ontem e segue até sábado no Centro de Eventos da PUCRS virou o fórum das mais variadas liberdades. Acompanhe:

Pirataria em xeque

Do público de mais de 8 mil inscritos no fórum, o grande destaque é o sueco Peter Sunde, 30 anos. É cofundador do Pirate Bay, site de buscas de arquivos processado na Suécia em abril por ajudar internautas de todo o mundo a baixarem conteúdo protegido por direitos autorais, como filmes e músicas.

– As pessoas não querem pagar pelo conteúdo. Não quero impedir as pessoas de baixar o conteúdo que procuram – disse Sunde, em coletiva de imprensa ontem.

O processo contra os quatro responsáveis pelo serviço deverá se arrastar por anos. O Pirate Bay irá recorrer até a última instância, avisou Sunde. A sentença foi estipulada em um ano de prisão e multa de US$ 3,5 milhões.

– As gravadoras não querem achar um novo modelo de negócios. Se não acharem alternativas, desaparecerão – afirmou.

Hoje, Sunde faz palestra no Fisl e, à noite, participa de um debate descontraído no Bar Ocidente, no bairro Bom Fim, sobre novas formas de distribuir conteúdos na web.

Articulação online

É o primeiro Fisl do estudante de computação mineiro Guilherme Guerra, 21 anos, e ele quer agitar.

– Quero ver se a gente organiza uma flashmob (manifestação relâmpago) para conscientizar as pessoas para a importância do assunto – promete Guilherme, que veio em uma caravana com 11 pessoas de Belo Horizonte.

O assunto a que se refere é um dos mais quentes do fórum: o projeto de lei de cibercrimes que tramita no Congresso Nacional. Entre os pontos polêmicos, a obrigatoriedade de os provedores guardarem os dados de registros dos internautas.

– Ninguém tem obrigação de usar software livre, mas a internet todo mundo acessa. Essa lei acaba com a sua liberdade. Você não sabe o que vão fazer com as suas informações – argumenta Guerra.

É pela rede que ele prevê uma articulação para o protesto em Porto Alegre, organizado via Twitter e blogs. O uso, no Irã, da tecnologia para driblar a censura nas últimas eleições foi só um exemplo do potencial dessas ferramentas instantâneas que caíram principalmente nas graças dos mais jovens.

Liberdade de modificar

O software livre levou Rafael Polanczyk, 26 anos, para longe de Porto Alegre. Foi há dois anos, quando aceitou uma oferta de trabalho da Sun Microsystems para ser desenvolvedor do núcleo do sistema operacional OpenSolaris. Hoje, Rafael mora em San Francisco (EUA).

Ontem, o jovem talento gaúcho retribuiu a oportunidade passando adiante seus conhecimentos na área em uma palestra no Fisl. Entre as vantagens de trabalhar com software livre, destaca a possibilidade de as pessoas trabalharem juntas globalmente, de forma colaborativa.

– Quando mais pessoas observam como o programa foi feito, o seu desenvolvimento evolui mais rapidamente – diz.

Esse modelo, segundo Marcelo Branco, coordenador-geral do fórum, fomenta a inovação no mundo.

– A superação da crise se dá pela inovação aberta, colaborativa e distribuída – avalia.

Grandes empresas estão de olho, como a própria Sun, que já investiu mais de US$ 2 bilhões em tecnologias de código livre. O mercado de software livre é mesmo promissor: no Brasil, em 2009, deverá movimentar US$ 134 milhões, projeta a consultoria E-Consulting.

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