| 26/05/2008 13h48min
Os cabeleireiros que trabalham há mais tempo no ramo já viram diversos modismos passar e arrastar multidões aos salões. De tempos em tempos, uma nova técnica de alisamento capilar aparece no mercado e vira febre. A última mania, a escova progressiva, acabou em tragédia. No ano passado, uma mulher morreu em Formosa (GO) e várias outras tiveram problemas de saúde após experimentarem a receita que misturava queratina e formol.
A concentração máxima de formol permitida em cosméticos é de 0,2% na função de conservante, quantidade que é incipiente para alisar as madeixas. O truque usado por alguns estabelecimentos era acrescentar mais formol à fórmula, o que garantia o efeito chapado do cabelo. Os efeitos colaterais assustaram consumidores, e a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu o uso da substância nesses procedimentos.
Com ou sem formol, ninguém quis abrir mão dos fios lisos. A indústria e os próprios salões correram atrás de soluções que não trouxessem
prejuízo à saúde. Grandes
marcas lançaram fórmulas de alisamento e relaxamento.
– Nem o Instituto Médico Legal (IML) usa mais formol. A consumidora não cai na conversa dos 0,2% permitidos, eles não dão efeito algum e só estragam o cabelo –acredita Paulo César, representante de uma marca de produtos capilares.
– Primeiro, é preciso fazer um diagnóstico do fio para depois escolher o tratamento indicado. A idéia é que a cliente saia feliz e com um cabelo saudável – defende o cabeleireiro Hélio Nakanishi.
Novas armas
As novas armas usadas no alisamento são o hidróxido de sódio, a guanidina e o tioglicolato de amônia. Essas três substâncias são a base da maioria dos tratamentos aplicados hoje nos salões da cidade.
– Todos esses produtos têm a função de quebrar a queratina, que dá a forma aos cabelos, e reagrupá-la com outro formato – explica o dermatologista Valcinir Bedin, presidente da Sociedade Brasileira para Estudos do
Cabelo.
Dentre as substâncias, Bedin aponta o hidróxido de sódio
como a mais agressiva para o cabelo. Mas antes de alisar os cabelos, é preciso tomar alguns cuidados. Não é difícil se enganar com as novas promessas que aparecem a cada dia no mercado – escova de chocolate, morango e até champanhe.
– Não há nenhuma diferença nessas variações, a não ser os extratos dessas substâncias, que dão um odor e cor característicos, mas sem nenhum efeito benéfico aos cabelos – explica Bedin.
O mais importante é pesquisar sobre os produtos e escolher um bom profissional.
| Os cuidados |
| Se você decidiu aderir à moda dos superlisos, é importante tomar alguns cuidados antes e depois de passar pelo processo: |
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| > Ao escolher um salão, verifique se ele tem licença para funcionar. A autorização da Vigilância Sanitária costuma ficar em um lugar visível, próximo ao caixa ou à recepção > Informe-se ao máximo sobre os tipos de tratamento disponíveis e escolha o mais indicado para seu o tipo de cabelo. Vale lembrar que cada fio reage de forma diferente ao tratamento > No salão, peça para ver o produto é um direito seu como consumidor. Verifique no rótulo a data da validade e o selo de registro na Anvisa. Nunca aceite frascos sem rótulos > Se sentir coceira, vermelhidão, dor ou inchaço, procure imediatamente um médico. |
| O perigo |
| Os bons salões já tiraram o formol das prateleiras, mas ainda há quem tente convencer o cliente dos efeitos milagrosos dessa substância. O resultado será cabelo liso e brilhante, mas os danos à saúde podem ser fatais: |
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| > Em contato com a pele, o formol causa irritação, vermelhidão, dor e queimaduras > Se a substância entrar em contato com os olhos, pode causa dor, lacrimação e visão embaçada. Altas doses de concentração causam danos irreversíveis > Ao ser inalado, pode causar câncer no aparelho respiratório, além de dor de garganta, tosse e irritação do nariz. Em casos mais graves, ferimentos nas vias respiratórias, que levam a um edema pulmonar ou pneumonia > Dependendo da concentração, pode causar queda capilar |
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