A escola é nova, acabou de subir para o grupo especial, mas é comandada por uma figura experiente e já conhecida do Carnaval da Capital, Márcio Schutz, 63 anos, e que há 29 trabalha neste meio. Com o enredo "www.carnaval.com.Nação. Da pré história antiga ao caminho da comunicação", a Nação Guarani, escola de Palhoça, irá ousada para a avenida e contará a história da comunicação dividida em cinco momentos.

Nós vamos fazer um desfile de trás pra frente. Vamos começar falando sobre a modernidade e voltar à Idade da Pedra. Será o futuro visto no passado — contou Márcio.

 

Os carros da Nação Guarani terão uma pegada retrô-futurista, valorizando a estrutura e trazendo um pouco de robótica.

— A máquina acontece e você vê como ela é — explicou o carnavalesco Márcio Schutz.

O abre-alas será a máquina da nova era, representará internet, geração Y e inteligência artificial. Nele estarão os cientistas da informática, "professores pardais" que irão interagir com o público.

Os carros e alegorias retratarão fatos desde a pré-história, passando pelo advento da escrita, o surgimento dos meios de comunicação de massa — como rádio, TV e a prensa, que deu origem aos jornais impressos. Depois, virão as mídias analógicas e a biológica, que mostrarão a tecnologia como parte do ser humano.

 

O sorriso, às vezes, se escondia atrás da cabeleira farta e solta, mas o samba estava na ponta do pé. A candidata a Musa do Carnaval da Hora pela escola de samba Nação Guarani, Danúbia Cardoso, dá um show à parte entre as passistas. O ensaio começou meio tímido, com a moça lá no fundão. Logo em seguida, ela já estava na primeira fileira e finalizou em cima de um palco improvisado, tomando por alguns minutos o local onde a corte ensaiava.

Há quem diga que as formas fora dos "padrões de passarela" possam prejudicá-la, mas a menina tem brilho e foi eleita quase que por unanimidade pelas colegas de ala, segundo a coordenadora e coreografa Krys Alves.

— Acredito que ela veio para quebrar paradigmas — confessou.

A mãe, Elizete Cardoso, sempre a acompanha, mas não é por falta de confiança. Um pouco de excesso de zelo e muito de orgulho. Coruja, Elizete jura que Danúbia entrou sozinha neste mundo do Carnaval, mas já foi coordenadora de harmonia e o sorriso ia de orelha a orelha a cada toque da bateria. Então, a fruta não caiu
longe do pé.

Para Danúbia, o Carnaval é responsabilidade, muito mais que festa. É nesta época que se deve mostrar dentro do pavilhão toda a dedicação que se tem pela escola. Com personalidade forte, ela afirma levar muito a sério tudo o que se propõe a fazer.

 

Samba-enredo Sou índio guerreiro sou comunidade
Amor de verdade eterna paixão
Fazendo a cidade sambar e sorrir
Canta Nação Guarani Viajando em retratos eu vou além pra desvendar
Emoldurada em registros e traços
Em sinfonia do homem a natureza
Um elo entre a arte e a vida
Na essência, o dom de transformar
Ecoa um batuque envolvente o negro em rituais
Sinais num céu de ilusão surgiu a escrita, as asas da evolução Risquei na avenida um sonho encantado
Sou mensageiro de um povo dourado na roda da informação
As cartas escritas em meus lindos traços com o coração Sou uma usina de conhecimento
Um cartunista através do tempo
Da China o papel a despontar
Nas páginas da vida, nos rádios as canções
A imagem na TV, o cartaz no cinema
Alô, em cada clique um sentimento
Formatando fragmentos filial ou matriz
Comunicar é minha diretriz
VAI TER COMUNICAÇÃO NA PASSARELA NA AVENIDA Musa