Desejar faz parte da humanidade, afinal, todo mundo almeja alguma coisa na vida. E é a representação desses desejos que a escola Unidos da Coloninha desfilará da Nego Quirido no Carnaval 2016.
Foi da cabeça criativa do carnavalesco Carlos Schneider, 63 anos, que já é tetracampeão pela escola, que saiu a maioria das ideias.
— Fazendo pesquisas, percebi que a palavra desejo está sempre no cotidiano das pessoas. Principalmente na área do marketing, onde tudo gira em torno do desejo — explicou.
Carlos também fiscaliza de perto a construção de cada alegoria no barracão da escola.
O carnavalesco promete muita surpresa na avenida, mas se negou a revelar alguns de seus segredos, atitude até natural neste meio para não quebrar a “magia” do momento. Mesmo com o trabalho envolvido por um mistério, ele fez questão de explicar que os desejos se mostrarão de diferentes formas e em três momentos do desfile.
O primeiro momento são os recursos — místicos — para alcançar os desejos.
— São as maneiras de se conectar ao universo para conseguir o desejo de volta.
Figa, lâmpada mágica, fontes e fada madrinha entrarão em um carro na passarela representando os tais meios de realização
dos desejos.
A segunda são os desejos do mal.
— As pessoas também têm desejos para o mal, por isso teremos um momento negro na passarela — contou.
Esse momento representa os desejos de vingança, poder a qualquer custo e desejo de passar por cima do outro.
O terceiro momento é desejo de luxo e ostentação. Um carro vai trazer uma festa rave, comandada pelo colunista e também DJ Cacau Menezes. Carro importado, helicóptero, vitrines e outros bens de consumo entrarão na avenida para marcar essa parte do desfile. No final do carro, uma festa na laje mostrando que luxo e ostentação depende da realidade de cada um.
— O samba na laje com uma cerveja gelada pode ser tão desejado quanto uma festa onde tem champanhe de R$ 5 mil.
O desejo da saúde e transformação do corpo serão representados por um cardiologista e um cirurgião plástico, que entrarão como destaque do carro.
Fechando o desfile, o desejo de ser campeão.
Este ano, a Coloninha terá espaços próprios e identificados no final da passarela para recolher as fantasias, e o ato faz parte de mais um item do desfile, o desejo de preservação do meio ambiente.
Beleza e samba no pé são as primeiras coisas que vêm à cabeça quando se vê Bruna Barbi, 18 anos, candidata ao título de Musa do Carnaval da Hora 2016 pela Coloninha, no ensaio da escola.
A mulata de 1,74m se destacava no meio das outras passistas. Ela era, de longe, a mais alta e o cabelo crespo, solto, dava uma brilho especial a ela, que no último sábado sambou na Beira-Mar Continental, durante o ensaio geral da Coloninha, tendo a Ponte Hercílio luz como plano de fundo para o seu “show”.
Bruna desde os dois anos acompanha e participa da escola. Foi o pai, o ex-jogador de futebol Adilson Heleno, quem a levou para este meio, de onde ela nunca mais saiu. A mãe confessa, até tentou levá-la para conhecer outras escolas, mas não deu certo. A filha já tinha se apaixonado pela agremiação do Continente. E este amor é facilmente identificado quando começa a tocar o samba exaltação da escola e a estudante fecha os
olhos, põe a mão no peito e interpreta com fervor cada frase da canção.
Para Bruna, o Carnaval representa todo o amor que
ela tem pela dança, pelo samba, é uma explosão de sentimentos e emoção.