Se dependesse simplesmente da força de vontade e do entusiasmo, não há dúvida de que, no dia 5 de agosto de 2016, Ricardo Pscheidt estaria entrando no Estádio do Maracanã para participar da cerimônia de abertura das Olimpíadas do Rio. O ciclista natural de São Bento do Sul, mas que compete pela Fundação de Esportes, Lazer e Eventos de Joinville (Felej), alimenta o sonho de colocar no currículo uma participação no megaevento esportivo.

 

Mas para que suas chances aumentem, o ciclismo brasileiro precisa também evoluir. As vagas para o ciclismo nas Olimpíadas são distribuídas de acordo com a colocação dos país no ranking de nações. Desta vez, o Brasil, que costumeiramente leva apenas um atleta no mountain bike, tem boas chances de classificar dois competidores. E é isso que enche o catarinense de esperanças.

 

— Uma vaga já é do Henrique Avancini, que é um atleta em grande fase e é o melhor do País atualmente. Mas, para uma segunda vaga, somos em uns cinco atletas disputando — prevê.

Meu sonho, quando competia há uns quinze anos e me considerava um atleta mediano, era ganhar Jogos Abertos. Eu pensava que meu limite era ganhar Jasc. Nem chegava a sonhar que teria chance de ir a uma Olimpíada.

Assim como outros esportes de aventura, o ciclismo geralmente está associado a atletas jovens, que respiram adrenalina. Mas se engana quem pensa que este ciclista de 34 anos está longe de viver os seus melhores dias. Pscheidt tem consciência de que já não é mais um garoto, porém compensa o peso da idade com a experiência de dezenas de títulos e de competições internacionais.

 

— Estou disputando com um pessoal que é nove, dez anos mais novo do que eu. É uma molecada no auge, mas ainda estou aí. Finalizei, no ano passado, como o segundo brasileiro do ranking internacional. Neste ano, estou em terceiro — aponta.

 

Para ele, o que pode pesar a seu favor é a regularidade. Nos últimos anos, seu nome sempre figura na lista dos top quatro do País, o que indica que ele tem boas condições de brigar de igual para igual com os outros postulantes à vaga.

 

Em 2008 e 2012, em Pequim e Londres, respectivamente, faltou pouco para carimbar o passaporte para as Olimpíadas. Agora, com a competição sendo "dentro de casa", o sonho fica um pouco mais palpável.

É o número de atletas que o País pretende classificar. Para isso, precisa avançar, pelo menos, ao 13º lugar no Ranking.

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É a colocação do Brasil no Ranking de Nações no Ciclismo, o que daria direito de levar só um ciclismo às Olimpíadas.

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Foi por acaso que Ricardo Pscheidt descobriu a sua paixão por bicicletas. Antes, ele utilizava a "magrela" apenas como meio de transporte. A partir de uma competição de mountain bike em São Bento do Sul, em 1997, na qual ele se inscreveu por "curiosidade", o esporte não saiu mais de sua vida.

 

Mas o conhecimento que ganhou na base da tentativa e do erro, Pscheit só conseguiu aperfeiçoar quando passou a integrar a equipe da Felej. O garoto sem treinos adequados, que já conseguia se destacar no cenário estadual, acabou convidado pela fundação de Joinville para compor o seu time.

 

— Joinville tinha uma equipe bacana. Antes, eu não sabia nem treinar: pegava a bicicleta, pedalava e achava que estava treinando. Só a partir daquele momento comecei a ter uma estrutura, um complemento melhor e comecei a me destacar — agradece.

 

Hoje, Ricardo Pscheidt consegue dizer, cheio de orgulho, que consegue se manter apenas do esporte — uma tarefa árdua no Brasil para quem pratica o ciclismo.

É normal ter altos e baixos. Neste ano, não tive um início bom. Mas, pela constância, por sempre estar entre os três ou quatro melhores nos últimos anos, fica a esperança de ir para as Olimpíadas.

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Ricardo Pscheidt Atleta de Mountain Bike e Ciclismo Trek Racing Brasil
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