Quando Daniel Orzechowski caiu em uma piscina pela primeira vez, ele não teve dúvidas: chegaria, algum dia, às Olimpíadas. O sonho, alimentado desde a infância, se tornou realidade em 2012. Nos Jogos de Londres, o joinvilense representou o País. Dos 43 participantes dos 100 metros costas, terminou na 28ª colocação. Embora não tenha sequer chegado à semifinal na primeira participação, o atleta alimenta sonhos ainda mais ousados.

 

Nos Jogos do Rio, o nadador de 30 anos espera que a experiência obtida em sua primeira participação pese a seu favor. Se entrar na piscina de Londres serviu para "quebrar o gelo", agora ele acredita que, diante da própria torcida, é capaz de chegar até mesmo a uma final.

 

— Estando bem preparado, tudo pode acontecer. Ficar entre os oito seria um resultado bom para mim. E, estando em uma final, as chances de medalhas são iguais para todos. Acredito que a torcida vai influenciar no resultado final e eu quero sentir essa energia — avisa Orzechowski.

Participar das Olimpíadas sempre foi o meu sonho. Desde que comecei a treinar todos os dias e a levar a sério, as pessoas me viam nadando e falavam que eu tinha potencial. Nunca fui de ganhar as coisas fáceis. Sempre tive que ter muita força de vontade, e esse sentimento sempre foi crescendo.

É o tempo necessário na natação masculina para atingir o índice nos 100 metros costas.

s

54

36

É a marca de Guilherme Guido em 2015, o melhor brasileiro rankeado na categoria.

s

53

12

Para construir uma carreira de campeão não é suficiente apenas conseguir bons resultados com frequência. Tão importante quanto isso é aprender a lidar com a dor e com os obstáculos que aparecem pela frente. Trilhando seu caminho no esporte, Daniel Orzechowski sabe bem disso.

 

O ano de 2015 não tem sido o ideal para o atleta do Esporte Clube Pinheiros, de São Paulo, que ficou fora do Pan-americano disputado no Canadá. Desde o último ano, o atleta teve os seus resultados influenciados por problemas físicos. Após o Mundial de Esportes Aquáticos de 2013, em Barcelona, Orzechowski teve um problema no ombro e precisou fazer uma cirurgia no início de 2014. Uma apendicite também atrapalhou o retorno aos treinamentos. Mesmo assim, chegou em dezembro com grandes resultados. Nos 50 metros, foi o mais rápido entre os brasileiros. Nos 100 metros, ficou em quarto no ranking.

 

Em 2015, a participação no Troféu Maria Lenk, em abril, não foi como ele esperava. Registrou o tempo de 56s14. Guilherme Guido, o primeiro do ranking, já fez um tempo três segundos abaixo disso no Pan-americano. Mas o joinvilense continua confiante, convicto de que os problemas fazem parte do passado. O foco está mantido em ter uma boa sequência na temporada para conseguir os índices das Olimpíadas.

 

— Eu me sinto bem confiante. E não sou só eu, mas a equipe técnica que trabalha comigo. A gente não costuma fazer previsões absurdas. E Esse objetivo (índice olímpico) é bom possível de ser alcançado. Estou voltando a nadar na minha melhor forma, depois do ano conturbado que passei, e tenho bastante vontade de dar a volta por cima.

Tivemos uma prova importante em maio deste ano. A gente não acertou bem o treinamento e aconteceram coisas que não encaixaram. Não tive um bom desempenho, mas o importante é que conseguimos identificar os fatores, já corrigimos e isso me deixa bem confiante

Nascido em Joinville, Daniel Orzechowski passou a infância em Jaraguá do Sul. Foi na cidade do Vale do Itapocu que o nadador teve o seu primeiro contato com a água. Na adolescência, aos 14 anos, ele retornou a Joinville e passou a treinar no Joinville Tênis Clube (JTC). Se está no patamar em que se encontra hoje, o atleta sabe que é porque teve alguns mestres pelo caminho que lhe apontaram por onde seguir.

 

Em Jaraguá do Sul, em uma academia chamada Olímpia, que já nem existe mais, Daniel deu suas primeiras braçadas sob as orientações de Ronaldo Fructuozo, o Kiko, que hoje comanda o time da cidade em competições estaduais. No JTC, ele conheceu outro grande professor: Ricardo Carvalho.

 

Com os grandes resultados obtidos representando Joinville, surgiram os convites para treinar fora. E o destino escolhido foi o Esporte Clube Pinheiros, em São Paulo. Orzechowski representa o clube desde 2010, sendo que vive na capital paulista desde 2011.

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Daniel Orzechowski Atleta Olímpico do Esporte Clube Pinheiros
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