Craques

São cem anos de história construída ano após ano com formações e jogadores diferentes a cada campeonato. Dentre centenas de atletas que passaram pelo América em um século, alguns se destacaram pelas grandes atuações.

Um dos americanos mais conhecidos foi o atacante Euclides dos Reis. Ele participou dos dois bicampeonatos nos anos de 1947/48 e 1951/52. Além dos quatro troféus do Campeonato Catarinense, o jogador também atuou pela Seleção Catarinense por mais de uma década.

Euclides dos Reis foi um dos maiores jogadores do clube

Euclides dos Reis (foto à direita) foi um dos maiores jogadores do clube

Euclides nasceu em 1929 e começou no futebol nas categorias de base do Caxias. Ainda jovem fez um teste no América e se transferiu para o clube que o ajudaria a entrar para a história do futebol catarinense. O craque americano faleceu em 2007, com 78 anos, deixando escrita uma história vencedora no clube alvirrubro.

Uma das histórias mais famosas e curiosas de Euclides é de que ele poderia ter sido trocado por Pelé em uma transação envolvendo América e Santos, na passagem da equipe paulista por Joinville para dois amistosos contra a equipe americana em 1957. O time joinvilense teria rejeitado a proposta por achar pouco a troca do grande craque da equipe por alguns jogadores do time santista.

Renê Gonçalves, ex-jogador, amigo de Euclides e bicampeão catarinense duas vezes com o América, acredita que a história seja verdadeira e diz que o colega de clube foi o melhor jogador que ele viu nos gramados catarinenses.

- Euclides era um monstro, não era para estar jogando aqui. O marcador tinha que saber ir nele, senão levava drible ou chapéu-, recorda.

comemoração do título da Copa Norte de 2011

Renê foi duas vezes bicampeão catarinense com a camisa do América

O ponta-esquerda Renê também foi um dos grandes atletas americanos. Nascido em Joinville e criado praticamente dentro do campo do América, ele é filho de Totinha, outro ponteiro-esquerdo que atuou com a camisa americana nas décadas de 1920 e 30.

Foi o pai que arrumou a primeira chuteira para Renê, que começou no clube joinvilense com 16 anos, quando foi inscrito na equipe B. A titularidade no time principal demorou quatro anos, mas a estreia veio em 1946. Um ano depois já era campeão estadual.

- Tinha que ser bom para enfrentar o América. O Zabot era um ótimo centroavante, tínhamos a inteligência do Badeco, a força do Piazera e a energia do Antoninho -, destaca.

Renê atuou pelo América por cerca de dez anos e, entre tantas histórias, lembra da vez em que o clube alvirrubro não aceitou a renovação de contrato no valor que ele havia pedido. Decidiu então ficar em casa sem jogar. Não levou uma semana para o presidente e o treinador do Caxias procurá-los para oferecer emprego. No início ele hesitou por toda a família ser americana, mas o salário era bom e resolveu aceitar. Ficou um ano no clube alvinegro.

- O primeiro jogo com a camisa do Caxias foi contra o América. Ganhamos lá dentro do campo deles, onde eu morei, por 1 a 0 com um gol meu aos 44 minutos -, conta. Após jogar no Caxias, ainda voltou para o América antes de encerrar a carreira de profissional. Atuou como amador com a camisa do Glória e também pelo time de futsal do Cruzeiro, ambos de Joinville. Hoje não costuma ir ao estádio ver o clube alvirrubro jogar, mas mesmo assim continua torcendo por vitórias do time que o apresentou ao futebol.