Títulos

Sedentos por títulos após dois vice-campeonatos seguidos, os torcedores alvirrubros precisaram esperar mais quatro anos para soltar o grito de campeão. Depois de vencer o Operário de Mafra na semifinal, o time enfrentou o Palmeiras de Blumenau na grande decisão do Catarinense de 1947.

A primeira partida foi disputada no campo do Caxias e terminou com a vitória dos joinvilenses por 3 a 1. O ponta esquerda Renê era uma das armas ofensivas daquele time. Ele atuava no time como titular desde 1946, quando tinha 20 anos, e recorda de um dos gols que marcou na final.

- Eu toquei para o Euclides na frente, ele chutou prensado com o zagueiro. A bola subiu, eu vim de trás e chutei de primeira para o gol. A bola passou do lado do rosto do goleiro e entrou -, lembra o ex-jogador, aos 88 anos.

Na partida de volta, em Blumenau, os jogadores Zabot, Zequinha (duas vezes) e Vico foram os responsáveis pelos quatro gols do América, que saiu vitorioso por 4 a 3. Na bagagem, torcedores e jogadores levaram para a cidade o troféu de campeão catarinense e a alegria de se igualar em número de títulos ao rival Caxias, vencedor do torneio em 1929.

jogadores campeões do Campeonato Catarinense em 1947 e 1948

jogadores campeões do Campeonato Catarinense em 1947 e 1948

O América já havia se consagrado como um clube tradicional do Estado, mas a força do time e o respeito dos adversários cresceu ainda mais em 1948, com a conquista do bicampeonato estadual. Naquele ano, o regulamento mudou e a fase estadual foi disputada por quatro equipes no formato de quadrangular com turno e returno. América, Paula Ramos (Florianópolis), Palmeiras (Blumenau) e Ipiranga (Canoinhas) foram os finalistas.

A estreia americana foi em janeiro de 1949, com uma derrota para a equipe da capital por 3 a 2. A recuperação começou no jogo seguinte com uma goleada por 8 a 2 sobre o Ipiranga. O resultado embalou o clube, que disputou outros quatro jogos, somando três vitórias e um empate.

Na decisão, América e Paula Ramos fizeram três partidas para definir o campeão estadual. No primeiro embate, derrota americana por 5 a 3, dentro de seus domínios. No confronto seguinte, o time joinvilense buscou a vitória na Capital por 2 a 1.

Na terceira e última partida, os dois times empataram em 1 a 1, forçando a prorrogação. Por falta de iluminação no estádio, em Florianópolis, o jogo teve que ser concluído apenas no dia seguinte. Ao apito final do árbitro o placar mostrava 0 a 0 e a decisão do troféu de campeão teve que ser definida nos pênaltis. Placar final: América 4 x 3 Paula Ramos.

jogadores bicampeões catarinenses em 1951 e 1952

Jogadores bicampeões catarinenses em 1951 e 1952

A fase era boa para a equipe da zona Norte de Joinville. No ano seguinte, conquistou o citadino e garantiu vaga para a fase estadual do Catarinense. Para chegar à decisão, o Galo, apelido do time joinvilense, teve que eliminar o Dom Pedro II, de Corupá, o Ipiranga, de Canoinhas, e o Grêmio Araranguaense, de Araranguá.

Na grande final, o América defendia o bicampeonato contra o Carlos Renaux, de Brusque. Com um time formado por Simões; Badeco e Antoninho; Vico, Cocada e Ibraim; Plácido, Euclides, Zabot, Renê e Gastão, o time joinvilense venceu a primeira partida por 4 a 2, fora de casa. Na partida decisiva, no estádio Duque de Caxias, em Joinville, o América conquistou o empate em 2 a 2, resultado suficiente para levantar a taça de campeão. O artilheiro daquele campeonato foi o atacante Renê, com 12 gols.

- O ponteiro esquerdo era difícil fazer gols, mas mesmo assim fui o artilheiro de 1952. Só contra o Dom Pedro marquei quatro e contra o Ipiranga mais cinco -, conta o ex-jogador.

jogadores bicampeões catarinenses em 1951 e 1952

Time campeão estadual em 1971

O último título profissional

Foram 19 anos de espera para que os torcedores do América vissem o time levantar novamente a taça de campeão catarinense - o Caxias havia sido o último time da cidade a conquistar o bicampeonato em 1954 e 55.

Em um formato totalmente diferente dos estaduais dos quais havia se sagrado campeão anteriormente, o América realizou 24 jogos no Catarinense de 1971. Foram 13 clubes em um sistema de pontos corridos em que todos se enfrentaram em turno e returno.

A estreia agradou a torcida alvirrubra. Em Brusque, venceu o Carlos Renaux - time sobre o qual conquistou o título em 1952 -, por 2 a 0. Na sequência, emplacou uma vitória pelo placar mínimo sobre o Figueirense, na Capital. Foi a segunda de outras 15 que viriam nos próximos jogos.

Até a 20ª partida no torneio, o time joinvilense ainda não havia sido derrotado. O primeiro revés veio contra o Hercílio Luz, em Tubarão, onde perdeu por 1 a 0. Na partida seguinte, no dia 5 de setembro, goleada sobre o Avaí por 4 a 1 no estádio Olímpico. Os gols de Marcos (duas vezes), Vado e Romualdo construíram o resultado que deu o título ao Galo da Zona Norte com duas rodadas de antecedência.

Djalma, Hamilton, Fioresi, Celso Cabral, Ladinho, Geraldo, Marcos, Vado, Veneza, Romualdo e João Carlos Parucker eram os jogadores daquele time comandado pelo treinador Lauro Búrigo, que resgataram juntos o troféu catarinense para a cidade de Joinville.

Nos anos seguintes, o clube joinvilense oscilou no campeonato estadual, alcançando a terceira colocação nas edições de 1973 e 1975, essa última sendo a despedida do Campeonato Catarinense.