Um baiano entre ilustres catarinenses . . . .
Tânia Ramos (E), do Núcleo Literatura e Memória da UFSC, coordena as pesquisas sobre o material do escritor

em uma sala acanhada no quinto andar do prédio B do Centro de Comunicação e Expressão (CCE) da UFSC que funciona o Núcleo Literatura e Memória (Nulime), responsável pela catalogação e digitalização dos 1,4 mil papéis de Jorge Amado. Por ser baiano, o autor é exceção no trabalho de uma equipe dedicada a preservar arquivos de escritores e intelectuais catarinenses. Sob a coordenação da professora Tânia Regina Ramos, manuscritos, jornais, documentos e registros diversos são identificados e recuperados para posterior consulta pública.

– Contamos com as horas disponíveis dentro da atividade docente e com os alunos-bolsistas para realizar as pesquisas. Os recursos vêm de editais como os da Fapesc (Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado) e do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) – afirma.

 

 

Com essa estrutura – atualmente dispõe de quatro professores e cinco estudantes –, o Nulime já lidou com materiais de Cruz e Souza (1861-1898), Ernani Rosas (1886-1955) e Delminda Silveira (1854-1932), todos poetas florianopolitanos. Os originais de um dos precursores do simbolismo no país foram cedidos pela Casa Rui Barbosa, no Rio de Janeiro, digitalizados e devolvidos, esclarece Tânia. Os demais faziam parte de acervos locais e também voltaram aos seus detentores após o registro digital.

 

 

Todos estão disponíveis nos sites Portal Catarina e Literatura Brasileira, assim como Harry Laus (1922-1992), outro nome que teve as memórias conservadas pelo núcleo. Do escritor de Tijucas há 52 itens, entre contos, artigos, cartas, ficções e anotações produzidos entre 1942 e o ano de sua morte.

– De Laus e de Amado temos ainda a materialidade do acervo, ou seja, as cópias físicas – ressalta ela.

 

 

A professora explica que o legado do autor do recém-descoberto romance Agonia da Noite só não é encontrado nos portais parceiros do Nulime por questões relativas a direitos autorais. Mas interessados nas relíquias acumuladas pelo baiano durante o exílio em Buenos Aires e Montevidéu podem conhecê-las no Nulime. Basta agendar uma visita pelo fone (48) 3721-6589.

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