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Eleições  | 29/06/2010 11h18min

Candidatos catarinenses fazem coligações para aumentar tempo de exibição na mídia eletrônica

Aliança DEM/PMDB/PTB já garantiu a Raimundo Colombo quatro minutos de aparição

CRISTINA VIEIRA e NATÁLIA VIANA

Os candidatos ao governo de Santa Catarina acreditam que a exposição na mídia é essencial para a escolha do eleitorado. Por isso, não poupam esforços para fechar alianças e somar segundos preciosos na campanha eletrônica.

As coordenações de campanha dos dois principais candidatos que já foram homologados estão de olho também nos tempos de aparição televisiva dos adversários.

Responsável pela campanha de Raimundo Colombo, o deputado Antônio Ceron, sabe que o senador do DEM pode chegar a sete minutos se conseguir ampliar a coligação, mas também tem na ponta da língua que a candidata Angela Amin assegurou até agora menos do que três minutos e que o PT garantiu mais de 4 minutos.

O presidente do PP, Joares Ponticelli, diz que o partido já tem a estratégia para contornar a pouca exposição de Angela na TV. Os pepistas acreditam que, com a mobilização dos militantes, o partido compensará a rápida aparição.

— A gente sabe que conta muito o tempo de TV. Mas compensaremos com a mobilização. Angela chega no primeiro turno com uma boa gordura, bem nas pesquisas, o que a fará passar para o segundo turno. Na segunda etapa, quando o tempo de TV será decisivo, a divisão de espaço é igual — afirma Ponticelli.

O presidente do PT, José Fritsch, responde rápido que a pré-candidata Ideli Salvatti poderá chegar a cinco minutos ao aliar-se a partidos menores. O partido faz a convenção nesta quarta-feira.

Exposição

As respostas prontas dos três partidos demonstram que eles sabem o quanto é decisivo para a eleição ter a imagem de seus candidatos expostos na TV mais tempo dos que a de seus adversários.

— É importante principalmente para a eleição majoritária nas grandes cidades, onde está concentrada a maioria do eleitorado — avalia Ceron.

A propaganda partidária é definida de acordo com os deputados federais que o partido ou coligação tem na Câmara dos Deputados e mais a repartição igual de 1/3 de todo o espaço da propaganda entre os postulantes. O PMDB, por exemplo, com a maior bancada federal entre todos os partidos (89 deputados), soma dois minutos a Colombo, tempo superior a todo espaço disponível hoje para Angela.

Daí, a corrida por alianças, que entrou na semana decisiva na segunda-feira. Mais do que alinhamento ideológico ou semelhança de programas de governo, os partidos unem-se para somar tempo.

Os 33 segundos do PDT são disputados por Angela Amin e Ideli Salvatti. Os pedetistas ainda não definiram quem vão apoiar. Fritsch destaca que, há meses, o PT trabalha na construção de um bloco de apoio, que conta hoje com quatro partidos aliados. Com os tempos somados do PR, PRB, PCdoB e PSB, a campanha de Ideli soma quatro minutos. Com o PDT e um bloco de cinco pequenos partidos, chegaria a cinco.

A briga entre a executiva nacional e estadual do PMDB tem como um dos motivos a redução do espaço a José Serra, em Santa Catarina. Aliados com Dilma Rousseff, a executiva nacional do partido não quer que no cenário catarinense os peemedebistas entrem numa coligação que dará espaço a Serra na TV.

Os minutos do PSDB e do PPS são aguardados por Colombo. Os dois partidos fazem convenção na quarta-feira.

Pequenos reclamam

Com menos de um minuto de tempo de TV, os nanicos reclamam da divisão da propaganda partidária. Gilmar Salgado, candidato ao governo do Estado pelo PSTU, acredita que o tempo deveria ser dividido por partido e não pela representação na Câmara de Deputados.

— A divisão é desigual e antidemocrática. Não teremos tempo de explicar nossas propostas, mas vamos tentar aproveitar o espaço para detalhar nossas prioridades — disse Salgado.

Afrânio Boppré, presidente do PSOL, ressalta que a exposição na mídia é fundamental para a escolha dos eleitores. O PSOL terá 59 segundos para defender suas ideias na TV.

— As pesquisas mostram o quanto a TV é importante. É o jeito que os candidatos têm de fazer com que o eleitor conheça suas propostas. A distribuição é errada. Dá mais tempo para os grandes e menos para os pequenos. Ou seja, quer congelar a realidade e não mudá-la – diz Boppré.

Tempo estimado para candidato a governador
Candidato Raimundo Colombo
Hoje (DEM/PMDB/PTB): 4 minutos
Com pode ficar (com a adesão, também, de PSDB, PPS e PSC): 7 minutos e 5 segundos
Pré-candidata Ideli Salvatti
Hoje (PT/ PR/PRB/PC do B e PSB): 4 minutos e 16 segundos
Como pode ficar (com a adesão do PDT): 4 minutos e 49 segundos
Candidata Angela Amin
Hoje (PP/ PT do B): 1 minuto e 50 segundos
Como pode ficar (aliança com o PDT): 2 minutos e 23 segundos
Pré-candidato do PV (só será definido na convenção de quarta-feira)
Hoje: 1 minuto e 9 segundos
Candidato Valmir Martins, do PSOL
Hoje: 59 segundos
Pré-candidato Elpídio Neves, do PTC
Hoje: 56 segundos
Candidato Gilmar Salgado, do PSTU
Hoje: 51 segundos
 

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