"Me protejam". Esse foi o pedido do primeiro-secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI), após a divulgação dos atos secretos da instituição. Ele disse temer que a divulgação das informações sobre os atos e a postura da presidência da instituição de implementar mudanças administrativas façam com que ele vire alvo de críticas e eventuais denúncias infundadas.

— Agora serei o céu de porrada. Árvore que não é boa não merece porrada. Vou cumprir minha determinação até o fim, mas preciso que os senhores me protejam. Estamos atendendo aos anseios desta Casa pela implantação de mudanças, que eram necessárias — disse Fortes.

As palavras do primeiro-secretário foram proferidas em resposta a várias manifestações de senadores, que se indignaram porque seus nomes constaram na lista publicada ontem pelo jornal O Estado de S. Paulo como beneficiados por tais atos secretos.

O líder do PT, senador Aloizio Mercadante (SP), por exemplo, disse que um ato autorizado por ele, considerado ilegal pelo relatório da comissão criada pela 1ª Secretaria, foi publicado no Diário Oficial do Senado, o que afastaria a possibilidade de ser secreto.

— É preciso que a comissão tenha critério para evitar que essa situação se torne ainda maior — ponderou Mercadante.

O senador Magno Malta (PR-ES) se disse revoltado por seu nome ter sido colocado na lista de beneficiários de atos secretos. Segundo ele, o ato que consta como secreto era o de nomeação de um servidor e preencheu todos os requisitos legais.