A sessão do plenário do Senado hoje foi marcada pelos pronunciamentos de vários parlamentares com relação às denúncias sobre os atos secretos do Senado, que teriam envolvido 37 senadores. O senador Pedro Simon (PMDB-RS) afirmou que José Sarney (PMDB-AP) deve se licenciar do cargo de presidente do Senado:

— Ele não vai se afastar no sentido que estamos impondo, mas no sentido de que ele deve se afastar — afirmou o senador.

Simon afirmou que o Senado tem que ser uma "casa aberta" e que os senadores têm que chamar a responsabilidade para si. O senador disse ainda que Sarney não tem sido feliz em suas frases a respeito da crise da Casa. Segundo o senador gaúcho, qualquer crise dessa instituição é crise de todos os senadores e sobretudo de Sarney, pelo cargo que ocupa.

O senador gaúcho ressaltou que não critica a imprensa, mas o próprio Senado:

— Os atos secretos ou não secretos, desde a primeira hora, tinham que estar à disposição de todo mundo.

O senador Paulo Paim (PT-RS) ressaltou que não assinou nenhum ato secreto, e afirmou que é até contra voto secreto:

— A reunião da Mesa não é secreta. Todos podem participar. Se não publicam, que penalizem quem não publicou.

O senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) criticou a imprensa de que a publicação não fez distinção entre beneficiados e prejudicados pelos atos secretos. A crítica foi acompanhada por vários outros senadores.

O senador Renato Casagrande (PSB-ES) destacou que a crise se aprofundou pelos "atos ditos secretos". Segundo ele, isso demonstra claramente que o modelo de gestão atual do Senado "não representa o anseio da sociedade brasileira".

— Esse modelo e essa forma arcaica de gerenciar uma instituição como o Senado estão sendo colocados em cheque — disse.

Segundo ele, o presidente da Casa, senador José Sarney (PMDB-AP), tem a oportunidade de, nesta semana, tomar as providências necessárias.