Cada vez mais discutida, sempre criticada, a mobilidade urbana é um dos nós da qualidade de vida na Capital do Estado. A Grande Florianópolis é a região metropolitana brasileira que mais utiliza o automóvel na distribuição modal. Um dos motivos para a prevalência do carro é que, para percorrer um mesmo trajeto, leva-se quase o dobro de tempo usando o transporte público. Por isso, o Icom aponta que segurança no trânsito, melhorias no transporte público e diversificação do sistema de mobilidade são prioridade.

As pontes que interligam a Ilha e o continente são emblemáticas desses problemas. Quando foram projetadas, o fluxo estimado para cada uma era de 40 mil veículos/dia – hoje, são cerca de 200 mil. No horário de pico, 75% dos veículos que passam pela Colombo Salles são carros, que ocupam 90% da capacidade da ponte transportando 11 mil pessoas, enquanto os ônibus levam 10 mil passageiros, ocupando apenas 1% da capacidade.

Além do ganho de tempo, alguns aspectos incentivam o uso do automóvel. A urbanização da cidade faz com que a maioria dos deslocamentos seja de mais de 500 metros. Há ainda uma baixa frequência e irregularidade do transporte público, além de oferta de estacionamento gratuito ou de baixo custo em via pública. Até 2010, o morador de Florianópolis gastava 30 minutos por dia em deslocamentos para o trabalho – uma perda de R$ 38 milhões por ano, segundo o IBGE.

58

%

11

%

10

%

9

%

8

%

Numa cidade em que a quantidade de carros e motos aumenta numa proporção maior do que a da população, anda-se pouco a pé e de bicicleta. A conclusão do Icom é que Florianópolis não facilita o transporte não motorizado: as calçadas são estreitas ou inexistentes na maior parte das ruas, há obstáculos, a infraestrutura cicloviária é deficiente (55,5 quilômetros até 2014) e apresenta problemas de conexões e o transporte aquaviário só funciona em viagens entre Lagoa da Conceição e Rio Vermelho até Costa da Lagoa.

A Rede Vida no Trânsito, que envolve prefeitura, PM, polícias rodoviárias e outros órgãos na promoção de campanhas de conscientização, é apontada pelo Icom como exemplo de inicativa que deu certo nessa área.

55
KM DE INFRAESTRUTURA CICLOVIÁRIA
DO CARRO UMA CIDADE