Vivência de palco de um lado, alimento para o espírito de outro. A edição 2015 do projeto Bolshoi para Joinville cumpre ambos os desejos — dos alunos e do público — quarta e quinta-feira, no Teatro Juarez Machado. A troca de favores — os bailarinos ganham experiência, enquanto a plateia, um presente para os olhos — faz parte da iniciativa aprovada pelo Sistema Municipal de Desenvolvimento pela Cultura de Joinville (Simdec), que prevê outra rodada de apresentações em setembro.

Assistir a uma série de coreografias da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil em uma mesma noite é uma oportunidade quase única. Embora sediada na cidade, a instituição costuma realizar programas de espetáculos em apenas duas ocasiões anuais: em seu aniversário, no mês de março, e nas formaturas das turmas de balé clássico e contemporâneo, no final do ano.

— É uma das grandes oportunidades de os alunos se apresentarem e de o público conhecer um pouco do que estamos produzindo — comenta Tatiana Trevisoli, assistente artística da escola.

O programa inclui obras clássicas, contemporâneas e folclóricas, um misto dos gêneros revistos na instituição. Há espaço para balés de repertório, mas também para estreias. É o caso de (In)Comodo, primeira coreografia assinada e executada por Edward Nunes, 19 anos, como bailarino da companhia jovem. O solo contemporâneo propõe a suspensão do deleite, provocação que só acaba quando o espectador se acostuma com a atmosfera montada por Nunes.

Criação colaborativa dos alunos a poucos meses de completar o curso, sob a coordenação do professor Amarildo Cassiano, Inside sai da sala de aula para o palco pela primeira vez. A coreografia de dança contemporânea surgiu de exercícios inspirados em músicas de Mozart.

Outras novidades do repertório são o clássico Meditação de Thais, passagem mais famosa da ópera Thais, e Burlaquí, dança tradicional russa que retrata a atividade de trabalhadores contratados para puxar barcos até a margem do rio. A dança tradicional tem como ensaísta Dmitry Afanasiev, ex-solista do Ballet Bolshoi e atualmente professor no Brasil.

Interpretações conhecidas do público joinvilense, como o contemporâneo Ariana, de Cassi Abranges; os clássicos O Príncipe Igor, O Corsário e O Quebra-nozes; e o popular brasileiro Afoxé também serão apresentadas pelos mais de cem intérpretes, entre alunos a partir da 2a série de balé e contratados da Cia. Jovem..

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Formação de plateia e contrapartida social

Além das duas apresentações noturnas, a Escola Bolshoi realiza nesta quinta, às 15h, um espetáculo gratuito para crianças da rede pública de Joinville e centros de educação infantil e para idosos. Outra contrapartida social do projeto Bolshoi para Joinville são as oficinas de dança oferecidas para instituições da cidade. Neste ano, as beneficiadas serão a Apae e a Rede Feminina de Combate ao Câncer.

O projeto viabiliza apresentações da escola com preços acessíveis aos joinvilenses há oito anos. No início, as séries de espetáculos eram chamadas apenas de temporadas. Com o auxílio do Simdec, a escola consegue preparar equipamentos de som e iluminação, além de cenários e figurinos adequados para uma apresentação de qualidade e com ingressos populares.

Agende-se

O quê: Bolshoi para Joinville.
Quando: quarta e quinta-feira, às 20h.
Onde: Teatro Juarez Machado, anexo ao Centreventos Cau Hansen (Av. José Vieira, 315, América, Joinville).
Quanto: R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada para estudantes e idosos), à venda na recepção da escola.