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 | 03/07/2013 22h

Acidente que resultou na morte de estudante da UFSC expõe fragilidade do sistema cicloviário de Florianópolis

Protesto contra violência no trânsito é nesta quinta, às 8h, na Praça Santos Dumont, na Trindade

Gabrielle Bittelbrun  |  gabrielle.bittelbrun@diario.com.br

O acidente com uma estudante que ia de bicicleta para a UFSC na última segunda-feira evidenciou um problema sentido por quem adota o veículo de duas rodas para se locomover por Florianópolis: a falta de ciclovias.

Apesar das boas intenções manifestadas pela prefeitura e pela universidade, a necessidade de recursos, projetos e até um imbróglio judicial caminham na contramão de quem utiliza as bikes.

Para protestar contra essa situação e contra a violência no trânsito, uma manifestação está marcada para esta quinta-feira, às 8h, na Praça Santos Dumont, na rótula de acesso ao campus da UFSC, na Trindade.

A região da Bacia do Córrego Grande está entre as prioridades da prefeitura de Florianópolis na implantação de vias para bicicletas por contemplar uma área plana e de movimentação intensa para as universidades e para a Eletrosul.

O plano de ciclovias ligando a UFSC e a Udesc vai integrar o projeto geral de ciclovias e humanização da cidade, previstas no plano diretor. O superintendente do Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (Ipuf), Dalmo Vieira Filho, explica que o entorno das universidades atrai uma população jovem, disposta a pedalar, o que complementa o cenário favorável e justifica essa preferência inicial na adoção das ciclovias.

O que falta são os recursos e os projetos técnicos. Discussões com a população também farão parte do processo. Enquanto os projetos deverão ser concluídos em até três meses, a verba deve vir do Ministério das Cidades. A prefeitura pretende organizar a viagem para Brasília ainda nesta semana. O superintendente quer agilidade.

Na semana que vem, a prefeitura deverá se reunir com representantes da universidade, para abordar o tema e outras questões que envolvem a segurança no acesso dos estudantes. A universidade se mostra disposta às discussões, mas reitera que a responsabilidade de ações nas vias é da prefeitura.

— A universidade tem feito esforços para conversar com a prefeitura. Mas ela precisa dar condições dos estudantes se locomoveram internamente, enquanto a prefeitura tem que dar condições para eles chegarem até a universidade — explica o chefe de gabinete da reitoria, Carlos Vieira.

O chefe de gabinete explica que a instituição vai colocar em prática um plano de R$ 2,1 milhões para a execução de ciclovias apenas no interior do campus da Trindade, passando por todos os centros de ensino.

Ação na Justiça emperra viabilização de via

A construção de uma ciclovia no Bairro Santa Mônica - que poderia facilitar a ligação entre as universidades - também envolve uma ação civil pública do Ministério Público Federal de 2006.

A ação prevê que a obra seja realizada por empresas corporadoras do Shopping Iguatemi, como compensação pelo empreendimento. Houve uma audiência ontem sobre o caso.

Para o advogado das empresas, Alexandre Brito de Araujo, o trajeto no projeto apresentado pela prefeitura para a obra não condiz com o que foi pactuado no acordo inicial. A execução da ação continua tramitando na Justiça Federal.

Protesto de ciclistas em respeito à vida

Quem organiza:
grupos de ciclistas Bike Anjo Floripa e ViaCiclo.
Local: Praça Santos Dumont, na rótula de acesso ao campus da UFSC na Trindade
Quando: quinta-feira, dia 4, às 8h.
Ações: além da manifestação, será colocada uma bicicleta fantasma próximo à rótula da UFSC, onde ocorreu o acidente com a universitária.
Trajeto: os ciclistas devem fechar a rótula da UFSC, próxima à Igrejinha por tempo indeterminado, sem bloquear os acessos ao Hospital Universitário. Depois, grupo pretende ir até a garagem da empresa de ônibus. Eles pedem que os motoristas passem por reeducação de trânsito para aprender a conviver com os ciclistas da cidade.

O que é a bicicleta fantasma

A bicicleta é pintada de branco e pendurada, como um memorial a um ciclista e um protesto permanente. Mas o presidente da ViaCiclo - que promove a ação em
Florianópolis -, Daniel de Araújo Costa, complementa que a bicicleta fantasma representa também a violência no trânsito de um modo geral e é um pedido constante pelo bom senso e respeito nas vias das cidades. A iniciativa, adotada em vários países, teve início nos Estados Unidos, em 2003.

DIÁRIO CATARINENSE
Facebook / Reprodução

Lylyan Karlinski Gomes estava indo de bicicleta para o campus de Florianópolis quando foi morta
Foto:  Facebook  /  Reprodução


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