Notícias

Segurança Pública  | 16/12/2011 06h10min

Santa Catarina tem a menor taxa de homicídios do país, mas crescimento dos índices é preocupante

De 2007 para 2008 os números registraram um salto de 10,4 para 13 no Estado

Aline Rebequi  |  aline.rebequi@diario.com.br

Um levantamento que avaliou a violência no país nas últimas três décadas coloca Santa Catarina na posição mais favorável do ranking nacional de homicídios. A taxa de 12,9 assassinatos para cada grupo de 100 mil habitantes é a menor do país. De 2007 para 2008, os números registraram um salto de 10,4 para 13 e, de lá até 2010, se estabilizaram na maior taxa da história do Estado.

Os dados fazem parte do relatório Mapa da Violência 2012 — Os novos padrões da violência homicida no Brasil, do Instituto Sangari, especializado em estudos sobre segurança pública. Segndo o estudo, o número de homicídios no Estado quase dobrou nos últimos 10 anos. Foram 423 em 2000 e 805 em 2010.

Em 2000, a posição no ranking era a 26ª, caindo para 27a em 2010 — neste ranking, quanto mais abaixo a posição, melhor o indicador. No período avaliado, Alagoas passou de 11º para a liderança da lista. No Pará, a violência também cresceu e o Estado, que ocupava o 23º lugar, hoje está em 3º. São Paulo viveu situação inversa. Do 4o lugar resgistrado em 2000, o Estado passou para a 25ª colocação em 2010.

Das 27 unidades federativas — 26 estados e o Distrito Federal —, 12 pioraram no ranking e 14 estão melhores. Somente Rondônia ficou igual, na 8ª posição.

O fato de estar na melhor posição não significa que Santa Catarina está mais segura. A taxa de homicídios por grupo de 100 mil habitantesno Estado, apesar de ser a menor do país, saltou de 7,9 para 12,9 nos últimos 10 anos, um crescimento de 63,1%.

Entre as capitais, a pesquisa revela um dado que derruba um mito: Florianópolis tem uma taxa de homicídios maior do que São Paulo e pouco menor do que a do Rio de Janeiro. Em 2010, na capital catarinense ocorreram 22,8 assassinatos para cada grupo de 100 mil habitantes. Na capital paulista, o número foi de 13, e no Rio de Janeiro, a taxa média foi de 24,3.

Para o presidente da comissão de segurança, criminalidade e violência pública da Ordem dos Advogados do Brasil em SC (OAB-SC), o professor da Univali Juliano Keller do Valle, a causa dos homicídios deve ser considerada.

— Enquanto em Florianópolis a grande parte dos casos envolve o tráfico de drogas, no Rio de Janeiro e em São Paulo, há muita gente assassinada no trânsito, em casa, em assaltos e em crimes passionais, fatores que devemos levar em consideração —analisa.

Nestas mesmas capitais, outro número surpreende. Enquanto Florianópolis mais que dobrou a taxa de homicídios — de 10,2 em 2000 para 22,8 em 2010 —, o Rio de Janeiro registrou uma queda de 56,5 em 2000 para 24,3 em 2010. São Paulo seguiu o mesmo ritmo. A queda na capital paulista foi de 64,8 em 2000 para 13 em 2010.

Para o secretário de Estado da Segurança Pública, César Grubba, a taxa de homicídios está crescendo em todo o país, e não somente em Santa Catarina.

— O governo está tentando estabilizar estes números, que revelam que estamos no caminho certo. Em nosso Estado, a maior parte dos homicídios envolve pessoas com antecedentes criminais, seja na condição de suspeito, autor ou vítima, e a reincidência no crime está relacionada com este crescimento — afirma.


_________________________________

Folheie o caderno lançado pelos jornais do Grupo RBS




_________________________________

Entidades sociais


Conheça algumas ONGs e OCIPs que lutam pela melhoria de Florianópolis


Grupo RBS  Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2011 clicRBS.com.br • Todos os direitos reservados.