Notícias

Eleições  | 24/06/2010 00h17min

Demais siglas esperam definição do PMDB em Santa Catarina

Possibilidade de chapa própria peemedebista ao governo faz partidos repensarem estratégias

O vaivém no PMDB colocou todo mundo na espera. Ao reabrir a chance da candidatura própria, fez com que DEM, PT, PP e PSDB voltassem a repensar suas candidaturas. Após ser enquadrado pelo diretório nacional, na terça-feira, o partido admitiu desistir do apoio ao DEM e lançar um nome ao governo de Santa Catarina. Para afastar a ameaça de intervenção, o deputado Mauro Mariani pode entrar na disputa.

O quadro, que pode ser definido nesta quinta-feira numa reunião peemedebista na Assembleia Legislativa. No PSDB, voltou a crescer o apelo pela candidatura de Leonel Pavan à reeleição. Para o presidente estadual em exercício, Beto Martins, há três caminhos para o partido: chapa pura, coligação com o DEM ou coligação com o PP.

Na manhã desta quarta-feira, os tucanos tinham um encontro marcado com o pré-candidato do DEM, Raimundo Colombo, para tratar da tríplice aliança. Mas, diante do novo cenário, a conversa não durou nem meia hora. Segundo Martins, todos estavam atônitos e sem informações precisas da cúpula peemedebista.

— O PSDB perde a responsabilidade pela tríplice e pela garantia de palanque único, pois não fomos nós que rompemos o pacto. O que antes parecia uma indefinição do partido, se mostrou uma responsabilidade devida. Não estávamos inventando desculpas, o que temíamos aconteceu — disse Martins.

Martins diz que, antes de qualquer definição, precisa conversar com o governador sobre suas intenções e com o diretório nacional para evitar problemas com o projeto de José Serra.

O DEM assumiu uma postura de cautela. O senador Raimundo Colombo, pré-candidato do partido ao governo do Estado, passou esta quarta-feira sem atender ao celular. Segundo interlocutores, todo o cuidado é pouco neste momento. Colombo se reuniu de manhã com lideranças tucanas e depois seguiu para a Assembleia, onde conversou com a bancada. Ele teria ainda se encontrado com Luiz Henrique da Silveira e Eduardo Pinho Moreira, que foram falar com a bancada peemedebista.

Os deputados do DEM anunciaram o apoio para o apresentador Cesar Souza inscrever seu nome como candidato ao Senado. Antes, em função das costuras da tríplice aliança, o nome de Souza era cotado como suplente de Luiz Henrique.

Deste modo, crescem as articulações visando dois cenários: coligação com PPS e PTB ou coligação também com o PSDB. Aos tucanos, teriam oferecido a vaga de vice e uma vaga ao Senado.

O PP e o PT também observam as repercussões do novo capítulo da novela peemedebista. Em função da tríplice aliança, as pré-candidatas do PP, Angela Amin, e do PT, Ideli Salvatti, tinham agendado uma conversa nesta quarta-feira em Brasília. O encontro ocorreu na presença do ex-ministro José Dirceu (PT), um dos articuladores dos palanques regionais de Dilma Rousseff (PT).

Mas com as mudanças no cenário, a conversa pouco avançou. As duas parlamentares reafirmaram suas candidaturas e mantiveram os canais abertos visando, sobretudo, o segundo turno. O PP segue dialogando com o PDT, para quem ofereceu a vaga de vice.

— As conversas hoje foram todas no sentido de deixar as portas abertas, colocamos quais os limites, o que ajuda e o que dificulta. Ninguém apertou a mão e nem fechou portas. Mesmo que hoje a gente fosse fazer uma outra proposta para o PP, eles não aceitariam, porque com esta nova configuração, o PP pode voltar a conversar com o DEM e com o PSDB — afirma Ideli.

O partido havia marcado a convenção estadual para sábado, mas adiou para o dia 30.

Mariani é alternativa do partido

O deputado federal Mauro Mariani foi apontado nesta quarta-feira como o nome mais forte para a candidatura própria do PMDB ao governo de Santa Catarina, entre os três cogitados: Paulo Afonso, Edison Andrino e o próprio Mariani.

Mariani deixou o celular desligado durante todo o dia e não atendeu à imprensa. Pelo Twitter, disse que "é um soldado do partido, e se o PMDB assim desejar e definir estará à disposição".

Mas o deputado só deve inscrever seu nome após a reunião desta quinta-feira pela manhã no diretório do partido, com presença da bancada estadual e federal. Os peemedebistas acreditam que a definição do partido deve sair neste encontro

O deputado Edison Andrino, que inscreveu seu nome como pré-candidato ao governo, disse nesta quarta-feira que retira sua candidatura se Mariani aceitar ser o candidato:

— O Mariani agrega mais, apesar de eu ter um bom eleitorado na região de Florianópolis, o que é bom para a disputa com Angela Amin. Mas meu projeto é se reeleger como deputado estadual. Eu só coloquei meu nome, porque o Pinho Moreira desistiu e o desejo do partido era ter um candidato próprio. Foi uma colocação estratégica.

Andrino disse que condena a ação do diretório nacional de exigir a candidatura própria, mas afirmou que "o meio errado" resultou em algo correto, já que grande parte do partido ficou muito decepcionado com a postura de Pinho Moreira. A partir das 10h desta quinta-feira, bancada estadual e federal do partido se reúnem no diretório.

Temer faz advertência

Doze horas após garantir á cúpula do PMDB o fim da união com o DEM, a bancada federal do PMDB comunicou o presidente Michel Temer que vai levar para a convenção as alternativas de coligação com o DEM, além da candidatura própria.

A decisão surpreendeu os caciques do PMDB:

— Se prosperar um resultado que não seja a candidatura própria, haverá intervenção e anularemos a convenção — advertiu Temer, vice na chapa de Dilma Rousseff (PT), pedindo que o aviso fosse registrado em ata.

Os deputados Mauro Mariani, João Matos, Valdir Colatto e o senador Neuto de Conto garantiram a Temer que tentariam encontrar um nome de consenso para ser aclamado na convenção.

Os parlamentares argumentaram que era preciso apresentar as duas alternativas para não criar uma crise ainda maior, já que Luiz Henrique estava disposto a defender até o fim a coligação com Colombo.

Dem e PSDB acham que são remotas as chances do PMDB conseguir reverter a imposição do diretório nacional. Já dentro do PMDB ainda não há consenso. A assessoria de Luiz Henrique da Silveira afirmou que o ex-governador segue defendendo a tríplice aliança. Luiz Henrique teria pedido estudos jurídicos que possam impedir a intervenção nacional.

O deputado Elizeu Matos, líder do governo na Assembleia, afirmou que houve desrespeito por LHS no encontro com o diretório nacional e que a chance de reeditar a polialiança ainda não acabou. Edison Andrino e Antônio Aguiar acham que a aliança não tem mais chance de ser reeditada.

DIÁRIO CATARINENSE

Comentários

marcio almeida coelho

Denuncie este comentário24/06/2010 09:57

nada sera definido antes da calada da noite do dia 29/06/10. ate la é o dito pelo nao dito.

 

Grupo RBS  Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2010 clicRBS.com.br • Todos os direitos reservados.