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Eleições  | 15/06/2010 23h32min

Cúpula do PMDB ameaça intervir no acordo de Pinho Moreira com Colombo, do DEM

Sigla deu até quinta-feira para que renúncia à candidatura seja revertida

Fábio Schaffner  |  fabio.schaffner@gruporbs.com.br

Revoltada com a adesão de Eduardo Pinheiro Moreira (PMDB) à candidatura de Raimundo Colombo (DEM) ao governo de Santa Catarina, a cúpula nacional do PMDB ameaça intervir no diretório catarinense do partido.

Em reunião na noite desta terça-feira, em Brasília, a Executiva da legenda deu um ultimato: a posição precisa ser revertida até esta quinta-feira.

Representando o diretório estadual, o deputado João Matos assegurou aos colegas que a renúncia à candidatura própria teria sido uma decisão unilateral de Pinho Moreira, sem a concordância da bancada federal e tampouco do restante do partido. Ainda assim, a direção do PMDB permanece desconfiada.

— Se até quinta-feira eles não declararem oficialmente que não irão se coligar com o DEM no Estado, haverá intervenção — avisa um interlocutor do presidente do partido, deputado Michel Temer.

Se for decretada intervenção, o diretório tem até a próxima terça-feira para se defender por escrito. Embora o PMDB não tenha tradição de intervir em diretórios rebeldes, em especial por causa de alianças regionais, o episódio catarinense está sendo tratado como de extrema gravidade.

— Estou estarrecido — reagiu Temer, candidato a vice-presidente na chapa de Dilma Rousseff (PT).

Temer se considera traído por Pinho Moreira. Em conversa com amigos, ele manifestou desconforto por ter conduzido o catarinense até a casa de Dilma, segunda-feira da semana passada, em Brasília.

Na ocasião, Pinho Moreira firmou compromisso com o próprio Temer e com o presidente do PT, José Eduardo Dutra, de que abriria um palanque para Dilma em Santa Catarina. No comitê petista em Brasília, o comando de campanha já dava como certo o segundo palanque presidencial no Estado, junto com o de Ideli Salvatti.

— Ele (Pinho Moreira) não honrou a palavra. O Temer está muito irritado pois a decisão foi tomada sem aviso à direção do partido. Sequer um telefonema ele recebeu — conta um amigo do deputado.

Temer embarcou no fim da tarde desta terça-feira para a Europa. Antes, contudo, orientou seu grupo político a agir rápido, principalmente nas declarações de repúdio à postura do diretório catarinense.

O deputado argumenta que precisa demonstrar lealdade a Dilma, principalmente depois que o PT interveio no diretório do Maranhão e abriu mão da candidatura própria em Minas Gerais, em ambos os casos em favor do PMDB. A cúpula da sigla entende que há Estados onde a conciliação com os petistas é inviável, como no Rio Grande do Sul.

— Lá (no Rio Grande do Sul), nós estamos negociando uma neutralidade e parte do PMDB sempre assumiu sua proximidade com a oposição. Mas em Santa Catarina houve uma mudança de posição inadmissível — diz um assessor da direção peemedebista.

No círculo íntimo de Temer, parlamentares já identificaram as digitais do ex-governador Luiz Henrique da Silveira na promessa de aliança com Colombo. Atuando como bombeiros para tentar evitar uma ampliação da crise, eles dizem que Pinho Moreira jamais teve ascendência sobre o partido em Santa Catarina.

— A indignação contra o Pinho Moreira é justa, mas isso é obra do Luiz Henrique. Ele sempre trabalhou para manter a tríplice aliança — afirma um dirigente peemedebista.

Comentários

José Pra

Denuncie este comentário22/06/2010 03:19

O Pinho Moreira, esta certissimo, em desistir, pois o maior partido desse pais não teve coragem de lançar candidato a Presidencia, porque que ele é obrigado ser candidato, para o temer que é um covarde e fica apoiando esses petralhas.sair de vice de uma dilma (fantoche) é vergonoso para um partido do tamanho do PMDB.

 

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