Política | 16/06/2009 22h13min
O discurso de 35 minutos em que o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), se defendeu hoje das acusações sobre contratações irregulares foi interpretado pela maioria dos senadores que se pronunciaram em seguida como um ponto de partida para a reformulação da estrutura da Casa.
— Precisamos de uma reforma profunda — afirmou o líder do PT no Senado, Aloizio Mercadante (SP).
Ele cobrou mais transparência à administração da Casa e propôs que "que o Senado tenha coragem para tornar nulos todos os atos secretos praticados pela Mesa Diretora". O líder do DEM, José Agripino (RN), endossou a proposta de Mercadante ao defender a diminuição da estrutura do Senado.
O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), admitiu a existência de corrupção. Porém, ao se referir ao pedido do PSDB de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar supostas irregularidades na Petrobras, Guerra disse que o nível de corrupção no Senado "é ínfimo"
se for comparado com o existente,
segundo ele, na estatal.
Já o líder tucano, Arthur Virgílio (AM), defendeu a adoção de medidas para moralizar o Senado:
— Não aceitamos que a Casa naufrague — afirmou.
Ele propôs - e Sarney aceitou - que as indicações para o cargo de diretor-geral passe pelo crivo do plenário, a exemplo do que ocorre hoje com os dirigentes de agências reguladoras. O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) também defendeu maior transparência e destacou um projeto de sua autoria, que prevê a divulgação em meio eletrônico e no Diário Oficial do Senado de uma lista com os nomes e os valores dos salários de todos os funcionários.
Arthur Virgílio propôs e Sarney aceitou que as indicações para o cargo de diretor-geral passe pelo crivo do plenário
Foto:
Geraldo Magela, Agência Senado, Divulgação
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