O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), afirmou hoje que "defender-se não é fraqueza", e destacou por duas vezes que a crise é do Senado e não dele:

— A crise no Senado não é minha. É do Senado — afirmou ele, na tribuna da Casa, onde se pronunciou sobre acusação de práticas de nepotismo e de outras irregularidades.

Ele afirmou que foi por ordem da Mesa Diretora que se criou a comissão que encontrou os chamados atos secretos, e que sem essa atitude, tudo teria ficado como estava. Sarney negou que existam atualmente atos secretos na Casa e disse que todos os anteriores já foram publicados:

— Não sei o que é ato secreto, ninguém sabe o que é ato secreto. O que pode ter e tem de verificar é a irregularidade da entrada em rede ou não entrada em rede de atos. Tudo isto em relativo ao passado. Nada em relação ao nosso período. Não temos nada a ver com isso.

O peemedibista disse que ao longo de sua vida não tem feito outra coisa que não "louvar" a atividade legislativa:

— Não seria agora, na minha idade, que eu iria praticar um ato menor que eu nunca pratiquei na minha vida. Assisti a muitos escândalos no Senado, mas nunca meu nome esteve envolvido nessas atividades — afirmou.

Ele ainda acrescentou que não toma decisões sozinho, mas sempre com um colegiado. Segundo ele, o que se fala do Congresso é uma crise mundial e existe na Espanha e em outros países.

— É essa instituição (Senado) que devemos preservar. Eu aqui com a Mesa, não fiz outra coisa que não me dedicar a essa tarefa. Não totalmente, porque atravessei um problema familiar. Agora que me libertei dele, Deus me exige as penitências que eu tenho que falar. A melhor graça que ele me deu foi a recuperação de minha filha — disse ele, em referência à cirurgia passada no último dia 3 pela governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB-MA), para a correção de um aneurisma cerebral.

Com informações do site G1.