| 13/05/2008 11h47min
Aceitar os pés-de-galinha ou renovar as injeções semestrais de toxina botulínica. Mulheres que só enfrentam o espelho sob efeito da toxina, que disfarça rugas de expressão, estão angustiados. A dúvida é porque há suspeitas de que a substância se espalha e causa danos à saúde.
Há até quem afirme que a toxina provoca novas rugas e dependência psicológica. Porém, dermatologistas dizem que o procedimento estético, um dos mais realizados, é seguro.
Denise Steiner, coordenadora do departamento de cosmiatria da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), injeta o produto há dez anos e nunca viu caso em que ele se espalhou para músculos além daqueles tratados:
– Quando se aplica ao redor dos olhos pode ocorrer queda da pálpebra, mas isso é raro e reversível. A droga não ataca o fígado. Não se pode afastar, porém, o risco de alergia. É bom lembrar que a toxina não elimina flacidez.
Apesar das garantias de médicos e laboratórios fabricantes, a Administração de Remédios e Alimentos dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês) emitiu alerta sobre efeitos adversos da toxina. Ela foi associada a sintomas de botulismo, o envenenamento por alimentos contaminados com a bactéria Clostridium botulinum, a mesma do produto. Há sete formas de toxina, mas só a tipo A tem indicação estética. Nos Estados Unidos existe a B, aprovada para doenças neurológicas (como paralisia cerebral). No Brasil, as mais conhecidas são Botox, Dysport e Prosigne.
Mas se a toxina parece segura, não se pode garantir que ela é 100% eficaz. Estudo do Weill Cornell Medical College, em Nova York, mostrou que pacientes submetidos às injeções desenvolvem novas rugas. Segundo o dermatologista David Becker, as pessoas, de forma inconsciente, recriam expressões faciais na área tratada. Isso faz com que outros músculos compensem a paralisação, formando outras marcas.
Novas rugas não são o único efeito. O tratamento pode causar dependência psicológica. Pesquisa da Enfermaria Real de Derbyshire e da London Plastic Surgery Associates, em 81 clínicas, mostrou que 40% dos entrevistados querem fazer o tratamento várias vezes. Vira compulsão.
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