Grandes Ideias e Soluções para o Novo Mundo da Mídia
01 de Setembro no Teatro do Bourbon Country, Porto Alegre/RS
Painel | 03/09/2010 18h05min
Enquanto lia no seu i-Pad, Michael Conrad foi abordado por dois participantes do evento, que tiraram fotos com ele por um smartphone. É provável que esta foto já esteja no twitter ou no Facebook. A cena, que ocorreu um pouco antes do publicitário alemão subir ao palco para o 6º painel, sintetiza muito do que foi falado no Mídia Show.
Michael Conrad pediu a participação da plateia, promoveu um brainstorm ao vivo com os debatedores do painel – o diretor-presidente da Paim, César Paim, e o vice-presidente e diretor de criação da DCS, Roberto Callage – e divertiu a todos com um vídeo em que aparece cantando uma versão própria de “Stairway to Heaven”, clássico do Led Zeppelin.
– Estive em Porto Alegre, em 1972, para tirar fotos para uma campanha de cigarros – lembrou Conrad, que ajudou a criar o “mundo de Marlboro”, uma das campanhas mais importantes da história da propaganda.
O presidente da Escola de Liderança Criativa de Berlim começou a sua apresentação falando de uma propaganda que estampava a contracapa de um jornal lido pelo passageiro de um avião em que ele estava.
O anúncio era do i-Phone, e o que chamou a atenção de Conrad foi que o homem leu por mais de 90 segundos a página. Quando o voo aterrissou, ele tirou um BlackBerry do bolso e o ligou. Além de mostrar, através do exemplo, que o offline não morreu e “o que importa ainda são as boas ideias”, Conrad concluiu:
– O consumidor se interessa pela competição, sempre quer o melhor.
Inspirar as pessoas certas
Conrad revelou os três conceitos que levam um profissional a ser bem sucedido: qualidade, estratégia e liderança. “Inspirar as pessoas escolhidas”, sentenciou. Entrecortando a sua fala, o publicitário alemão exibiu diversos comerciais de sucesso, para marcas como Apple, Kellog's e Disney.
– Nenhuma pessoa acorda como consumidor. Toda pessoa acorda como uma pessoa. Se entendermos isto, nós faremos propagandas diferentes.
Sem clichês
O clichê, segundo Conrad, devem ser abolidos de qualquer agência. Ele defende que é preciso ter um objetivo muito bem definido para se fazer um bom trabalho. Uma empresa que gere boas ideias é construída por muitas peças, depende de muitos fatores. O publicitário usou como analogia um acidente entre dois aviões, causado por uma sucessão de coincidências, que ocorreu na ilha de Tenerife, onde ele tem casa.
– O clichê é um lugar seguro que dá conforto ao criativo. Nós devemos ter coragem de dizer ao cliente o que é um clichê e desenvolver algo que realmente faça a diferença. Uma boa ideia pode ser articulada em duas palavras, numa frase. Isso a torna mais fácil de passar adiante. Tudo vem desta grande ideia inspiradora.
Através de uma tabela de qualidade, ele mostrou a evolução dos conceitos de marcas de sucesso – Apple, Coca Cola, Pepsi e Nike.
Sobre a Escola de Liderança Criativa de Berlim, Michael brandiu a bandeira da qualidade como lema da escola.
– Quero ajudar a aumentar de 1% para 2%, e assim por diante, a porcentagem de líderes criativos em empresas criativas, ajudá-los a ter grandes ideias e a lidar com o futuro.
Novas mídias, novas ideias
No debate, Callage levantou a questão da polêmica envolvendo o GP de mídia impressa de Cannes deste ano. O prêmio, que ficou com a AlmapBBDO, foi primeiro vencido por uma agência mexicana que foi desclassificada pois já havia inscrito o mesmo trabalho em 2009. Porém, no ano passado, o trabalho não ficou nem entre os finalistas. O episódio, apontou o diretor de criação da DCS, revelou a fragilidade dos critérios de avaliação.
César Paim perguntou a Conrad em que lugar ficaria o cowboy de Marlboro na sua escala de qualidade. Ele respondeu:
– Daria nove, talvez dez. Foi uma ideia que teve constantemente novas atrações. Muitas pessoas trabalharam duro para mante-la fresca, atual.
Sobre a relação entre forma e conteúdo, Conrad finalizou:
– Novas mídias dão novas oportunidades para criar ideias criativas. Basta adapta-las.
asta adapta-las.
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