clicRBS
Nova busca - outros

Mídia Show

Grandes Ideias e Soluções para o Novo Mundo da Mídia

01 de Setembro no Teatro do Bourbon Country, Porto Alegre/RS

Notícias

Painel  | 02/09/2010 17h15min

"Voltamos ao diálogo"

Em apresentação vibrante, Walter Longo diagnosticou as mudanças no marketing

Walter Longo magnetizou o público com uma exposição vibrante no 2º painel, "Os novos mandamentos do marketing - tudo que mudou e tudo que vai mudar". A apresentação representou um dos momentos de maior reverberação nas cadeiras do teatro e no twitter do Mídia Show.

As máximas do mentor de estratégia e inovação do Grupo Newcomm seguem repercutindo no microblog, como nos comentários: “@danimiranda Longo #midiashow ontem: riqueza da empresa não vem só de disseminar sula cultura, (mas) de disseminar rebeldes contrários ao status quo. EXCELENTE” e “@bluebusbr #midiashow Walter Longo diz que revolução não é digital, é humana”.

Para contextualizar o momento em que vivemos, Longo usou o termo “tesarac”: período de revolução em que todos os paradigmas são questionados. Um episódio bíblico foi utilizado para exemplificar o conceito. Quando os judeus, perseguidos pelo exército egípcio, foram encurralados no Mar Vermelho, “eles não sabiam como avançar e não tinham como recuar, mas não esperaram o mar se abrir, se jogaram no mar e ele se abriu”. “É o que devemos fazer com o mundo digital, pois ele se abrirá”, detalhou. É inevitável, segundo ele, que a comunicação também mude.

– É como se vívessemos numa dobra do tempo, ninguém pode prever o que está adiante. Ninguém consegue medir a magnitude da revolução com ela em curso.

A revolução, para ele, não é digital, mas humana. Ela está nos nossos cérebros. Longo evocou o conceito de exteligência.

– Todo o capital cultural humano está reunido ao nosso redor. Nosso cérebro, atualmente, é muito mais memória ram do que hard disk.

Voltamos ao diálogo

Enquanto isto, no telão, as imagens mudavam num curto espaço de tempo, ajudando a dinamizar o discurso. Um gráfico semelhante à imagem de camadas terrestres ilustrou a evolução das mídias ao longo do tempo. Começava com a divisão entre rádio, jornal impresso e cinema até chegar aos blogs e redes sociais.

A comparação da comunicação antiga com um jogo de boliche e da atual com um fliperama também foi projetada no painel. O novo tripé da comunicação, de acordo com Longo, é: aspiração, ludicidade e envolvimento.

– Voltamos ao diálogo, após 50 anos de monólogo – sentenciou.

Walter Longo também falou de uma nova equação das distâncias, lembrando que o Facebook seria “o 3º país mais populoso do mundo”. E inverteu a ordem de multimídia e convergência para uma mais atual: divergência e unimídia.

– Há uma mudança de paradigma. O mundo digital é como o casamento, pede engajamento. A mídia tradicional é como o sexo – disparou.

Entre os novos paradigmas apontados por ele, estão os modelos participativos de gestão e o nexialismo, uma relação de nexo entre especialistas em atividades específicas que faça com que toda a empresa caminhe junta.

Suficientemente bom

Outro ponto abordado por Longo foi a noção de quando um trabalho está suficientemente bom para dar-se por finalizado. Empresas de sucesso devem saber quando atingiram este nível, sem entrar numa busca indefinida por uma perfeição distante.

– O perfeito é o que não se precisa retirar nada e não o que não falta colocar nada. Nikola Tesla ficou na poeira da história porque Marconi soube o suficientemente bom para o rádio.

Rebeldes

Para Walter Longo, existem três tipos de pessoas: as que perguntam "como?", "por que?" e "por que não?". São as últimas que protagonizam períodos de transição.

– Há espaço para conformados, mas são os rebeldes que vão nos fazer atravessar a revolução.

Depois da apresentação, o debatedor João Satt sublinhou alguns pontos e o painel seguiu com questionamentos do público. Por fim, respondendo a uma das perguntas, Walter Longo declarou:

– Eu sou do tempo em que a TV aberta ainda tinha programas culturais. Por isso, nós víamos televisão e os seus diferentes conteúdos. Hoje, a prgramação cultural foi para a TV a cabo, se eliminou o contraditório. As redes sociais eliminaram o contraditório. Eu sigo quem eu quero. Isto gera uma sociedade sectária, apesar de politicamente correta com as diferenças.

Fernando Gomes / 

"São os rebeldes que vão nos fazer atravessar a revolução"
Foto:  Fernando Gomes


Comente esta matéria
Grupo RBS

© 2010 clicRBS.com.br ? Todos os direitos reservados.