O dia nasceu com a promessa de instigantes debates no Teatro do Bourbon Country, onde foi realizado o Mídia Show. Às 08h, os primeiros convidados do evento começaram a chegar para o cadastramento. Cada um que recebia o crachá ganhava uma pasta recheada com material personalizado do evento: um pendrive, um bloco de notas, uma caneta, um questionário e uma brochura da Escola de Liderança Criativa de Berlim, da qual a atração internacional do evento, Michael Conrad, é presidente.

Enquanto tomavam café e encontravam os amigos no lounge do teatro, os participantes podiam interagir com o painel de touchscreen que simulava um i-Phone gigante, receber um brinde de uma máquina ativada por SMS ou aproveitar a wifi disponibilizada no local. Para os que preferem começar o dia com a mídia impressa, os jornais do Grupo RBS também estavam disponíveis.

Por volta das 08h45, os jornalistas Fernanda Zaffari e Tulio Milman, mestres de cerimônia do Mídia Show, deram boas-vindas a todos e chamaram o vice-presidente executivo do Grupo RBS, Eduardo Sirotsky Melzer, para abrir os trabalhos. 

– Existe um novo jeito de se fazer o nosso negócio. Nós, da RBS, somos apaixonados por comunicação. Debatemos constantemente e sempre tivemos consciência do nosso papel na indústria. Estou muito feliz por estar aqui hoje com vocês e participar deste dia, que será maravilhoso – disse Melzer.

Em seguida, deu-se início ao 1º painel, "Transformando o digital em resultados reais". O início do discurso do presidente da agência Click Isobar, Abel Reis, ilustrado por uma imagem de espectadores numa sala de cinema e outra de amigos num parque, incitou o debate já no começo. Ele apresentou, assim, a ideia da dicotomia entre grandes audiências de platéias e pequenas audiências em rede.

– Vivemos a transição do paradigma das mídias de massa para as mídias de rede – explicou.

Para contextualizar a palestra, Abel apontou alguns aspectos do espírito do tempo em que vivemos: fim das grandes narrativas e utopias, nomadismo, tribalismo. Outro conceito apresentado foi o da cultura participativa, que engloba o envolvimento do receptor da informação com a mídia, assim como a livre expressão, os espaços de afinidade e a conexão social.

– A cultura participativa leva a pensar que tenho algo relevante a dizer. Tenho uma preocupação com o outro, com compartilhar com o outro.

No momento mais provocativo do painel, Abel falou da “softwarização da indústria”. Segundo ele, a publicidade estaria cada vez mais dependente dos softwares para chegar ao consumidor e ficar disponível em meios de busca.

– Nossa indústria vai se tornar “software-centric”, um ramo da indústria de softwares.

Por fim, ele apresentou dois cases da Fiat. O primeiro, exemplo de transição para uma ação integrada, foi o do jogo T-Race, criado para o Fiat Punto. O outro, exposto como uma campanha inovadora no trabalha em cocriação, foi do Fiat Mio, que usou o manifesto Open Source Branding para levar mais de 2 milhões de consumidores, de 120 países, a compartilharem suas ideias na concepção de um carro.

Para desdobrar o painel, estavam o sócio-diretor nacional de mídia da MPM, Daniel Chalfon, e o diretor nacional de mídia da DPZ, Flavio Rezende.

– O importante é a eficiência da propaganda. Às vezes, a audiência não é garantia de consumo, como antigamente. O consumidor é disperso. Milhares de cliques podem não significar nada. A solução é saber harmonizar tudo isso para trazer resultados – destacou Chalfon.

O sócio-diretor da Escala Alfredo Fedrizzi coordenou o debate. Ele devolveu a palavra para Abel, que finalizou:

– Nós precisamos aprender a lidar com o vasto ecossistema da mídia atual. Existem diferentes naturezas de agências. Há dez anos, surgiram agências digitais. Agora, são as de mobile, que tem novas possibilidades de linguagem.