Pressionados pelas exigências do PP para apoiar a reeleição da governadora Yeda Crusius, líderes do PSDB divergiram em relação ao gesto feito ontem pelo deputado federal Vilson Covatti (PP). Ele se lançou como candidato a vice-governador na chapa tucana.

A iniciativa será um dos temas de uma reunião do conselho político do PSDB convocada para hoje pelo presidente estadual da sigla, deputado federal Claudio Diaz. Autor da proposta de reservar a vaga de vice para um parlamentar federal do PP, o deputado federal Ruy Pauletti (PSDB) elogiou a “coragem” do parlamentar do PP. Com ao gesto, Covatti facilita as negociações na coligação para deputado federal.

– Covatti tem votos e sempre apoiou Yeda. Se ele se dispõe a abandonar uma reeleição praticamente certa como deputado, temos de levá-lo a sério – diz Pauletti.

Tucanos gaúchos querem senador do PP com Serra

Já o deputado estadual Nelson Marchezan Jr. (PSDB), que concorrerá a federal, se mantém contrário à aliança na proporcional. Para ele, os tucanos perderão espaço para concorrentes do PP:

– Podemos imaginar o Brasil elegendo José Serra para a Presidência e o Rio Grande do Sul não tendo nenhum deputado federal do partido do presidente?

Para ao menos fazer uma sinalização ao PP, a executiva estadual do PSDB aprovou ontem apoio à indicação do senador Francisco Dornelles (RJ) como vice na chapa de Serra. Nacionalmente, o candidato à Presidência tem tentando atrair o PP, legenda que hoje está na base do governo Lula e pode apoiar a candidatura da petista Dilma Rousseff. A decisão dos gaúchos será comunicada hoje ao presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE).

– Queremos que o PP declare para o Rio Grande que apoia Serra – disse Pauletti.

Na reunião de hoje, os tucanos também devem discutir a relação com o PPS, outro integrante da aliança que não aceita a coligação proporcional. A ideia é fechar as negociações até sexta-feira e conversar com Yeda no início da próxima semana.

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