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Eleições  | 20/04/2010 04h34min

PP faz exigências para fechar aliança com Yeda Crusius

PSDB resiste a aceitar coligação na proporcional por temer redução nas bancadas estadual e federal

É fato que a maioria dos militantes do PP deseja apoiar a governadora Yeda Crusius (PSDB). Mas, como muitos têm receio sobre as chances de reeleição da tucana, o partido decidiu ontem atrelar uma condição à participação no projeto: exige também a coligação na proporcional.

Com essa aliança, que envolve a disputa por vagas na Assembleia e na Câmara dos Deputados, a sigla acredita ser possível ampliar as bancadas estadual e federal. Isso porque a soma dos votos de PP e PSDB garantiria mais cadeiras aos dois partidos – e, como o PP concentra campeões de voto, a maior parte delas seria ocupada por seus candidatos. No PSDB, o cenário é visto como de risco político, já que a representação dos tucanos poderia minguar.

O presidente estadual do PP, Pedro Bertolucci, telefonou ontem para Yeda e informou esperar uma resposta até sexta-feira. Se até lá os tucanos não se manifestarem, o PP retomará as negociações com interessados em seu apoio – PSB, PMDB e PTB. Nas consultas que fez às bases, o PP descobriu que seus militantes preferem apoiar Yeda. A reunião do diretório exasperou os ânimos dos líderes.

– Eu acredito na reeleição da governadora – apregoou o deputado Vilson Covatti.

– E Papai Noel existe – retrucou em voz baixa o prefeito de São Jerônimo, Marcelo Schreinert.

Sentados lado a lado, Schreinert e o prefeito de Pelotas, Fetter Jr., discursaram em tom semelhante: a coligação na proporcional seria uma condição razoável para o PP bancar, segundo as pesquisas, uma candidatura com alta rejeição entre os eleitores.

No PSDB, a notícia foi recebida com indignação pelo prefeito de Uruguaiana, Sanchotene Felice. Ele afirmou que “isso é uma estupidez que não será aceita em hipótese alguma”:

– Querem ver nosso partido diminuir em benefício deles. É um escândalo! Pensam que somos imbecis?

O presidente do PSDB, Claudio Diaz, afirma ser impossível dar uma resposta ao PP até sexta-feira:

– Vamos ouvir as bases, os aliados, e depois vamos nos manifestar. Será em breve, mas não sei quando.

Perguntas e respostas
1 O que é eleição proporcional?
É a disputa entre candidatos a vereador e a deputado. Cada partido terá direito a um número de cadeiras conforme seu desempenho. Quanto maior a votação total, maior o número de vagas. O rateio é feito por meio de cálculo proporcional, e os lugares são preenchidos pelos mais votados.
2 O que é a coligação na proporcional?
A aliança ocorre quando duas ou mais legendas se unem formalmente para fazer propaganda eleitoral e disputar cadeiras legislativas. Os votos dos partidos são computados conjuntamente para calcular a porção de cadeiras destinada à coligação.
3 Quando essa aliança pode ser vantajosa?
PARTIDOS PEQUENOS Sozinhos, não teriam nomes para preencher as nominatas, nem votos suficientes para garantir vagas no momento do rateio. Na aliança, somam forças para obter votação maior. Fica com as vagas quem tem mais votos.
PARTIDOS GRANDES Com candidatos fortes, podem ampliar seu número de eleitos. Isso porque a aliança garante uma maior fatia de vagas à coligação, mas a maior parte das cadeiras fica para a legenda que tiver os nomes com maior votação individual.
4 Quando a aliança pode ser desvantajosa?
PARTIDOS PEQUENOS Coligada a um partido grande, uma pequena legenda contribui para ampliar o total de cadeiras, mas pode ver a maior parte delas migrar para a sigla maior, com candidatos de maior votação individual.
PARTIDOS GRANDES Mesmo com nominatas completas e nomes fortes, um partido corre o risco de a outra legenda coligada surpreender na hora da contagem de votos e ter candidatos com votação individual maior, que levariam mais cadeiras.
Fonte: Antônio Augusto Mayer dos Santos, advogado especializado em questões eleitorais

ZERO HORA
Emílio Pedroso / 

Em reunião, líderes do PP decidiram esperar resposta de Yeda antes de retomar negociações com outros partidos
Foto:  Emílio Pedroso


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