Ao lançar seu nome como candidato a vice na chapa à reeleição da governadora Yeda Crusius (PSDB), o deputado federal Vilson Covatti (PP) deu mais um passo na aproximação entre os dois partidos. O gesto, porém, não foi suficiente para reduzir a animosidade que cerca as negociações.

Covatti anunciou a intenção durante reunião da bancada gaúcha na Câmara dos Deputados. No PP, a vontade do parlamentar já era conhecida. A novidade se deu por conta do momento do anúncio: aos trancos, PP e PSDB tentam afinar os detalhes da aliança em torno da reeleição de Yeda.

A iniciativa de Covatti é bem-vista a uma ala do PSDB que busca reduzir os danos de uma coligação na eleição para deputado federal – exigida pelo PP durante as negociações de apoio a Yeda. Com essa aliança, o PP acredita que pode aumentar sua representação em Brasília. Já os tucanos temem redução de sua bancada. As diferenças de opinião são a causa da troca de farpas entre líderes tucanos e do PP nas últimas semanas.

Com a saída de Covatti da nominata para a Câmara, porém, aumentariam as chances de o PSDB manter suas cadeiras federais. Da mesma forma, Covatti como vice agrada aos colegas de partido que querem uma vaga na Câmara. Apesar de o deputado desejar colocar um filho para disputar em seu lugar, outros concorrentes também podem herdar seus votos, como Jerônimo Goergen (PP).

Presidente do PP estadual critica deputado do PSDB

Apesar disso, o gesto de Covatti não esmoreceu o presidente estadual do PP, Pedro Bertolucci. Ele afirmou ontem que a iniciativa não altera em nada as negociações. Segundo Bertolucci, a legenda não está discutindo a vaga de vice no momento e ainda espera a resposta dos tucanos à exigência de coligação nas disputas para Câmara e Assembleia. O dirigente demonstrou irritação com declarações do deputado federal Ruy Pauletti (PSDB), que sugeriu reservar a vaga de vice para um parlamentar federal do PP.

– A proposta do deputado não procede. Não adianta o PSDB ficar contando nossos votos. O PSDB não pode sugerir quem deve ser o vice. Eles não podem ficar dando palpite no nosso partido – disse Bertolucci.

Para o deputado estadual Pedro Westphalen (PP), a sigla deve indicar dois ou três nomes para que Yeda escolha seu parceiro de chapa.