Textos: Carlos Wagner
carlos.wagner@zerohora.com.br

Fotos: Mauro Vieira
mauro.vieira@zerohora.com.br















Mesmo disposto a pagar uma pequena fortuna, quem quiser comer um cardápio à base de peixes da Bacia Amazônica tem dificuldades de encontrá-lo. O bom seria se a tão apreciada carne fosse abundante e com preço justo, como é hoje a carne de frango. Foi com esse pensamento que o ex-contador José Maria Bortoli, sócio proprietário de um dos maiores complexos de soja do mundo, com sede em Rondonópolis (MT), começou a envolver nos negócios sua filha Aline, 25 anos. Em 1983, quando ele migrou do Rio Grande do Sul para Mato Grosso, era apenas um jovem formado em Contabilidade. Precisou arrendar terras para plantar. – Evidentemente que não vou querer ver a minha filha passar por dificuldades. Mas precisa ter terra debaixo das unhas para saber dar uma ordem a um peão – recomenda. O projeto de criação de peixes da Bacia Amazônica foi implantando em 2005, em lagoas que somam 200 hectares em Campo Verde (MT). A idéia é a produção em alta escala. – Trabalhar para a elite é uma besteira. Temos que montar um esquema de criação de peixes que consiga baixar os custos, como aconteceu com a carne de frango – aposta.

Tocar esse negócio é um belo desafio. E, na opinião de Bortoli, uma boa oportunidade de sua filha mostrar do que é capaz. Aline sabe que o desafio é imenso. Mas acredita que dará conta do recado: – Sei que o mercado de peixe do Amazonas é muito promissor e que a nossa produção de 120 toneladas/mês tem espaço para avançar muito mais. Tenho seguido à risca os ensinamentos do pai, no sentido de conhecer tudo sobre o negócio que estou tocando. Não é fácil, mas é necessário. Aline confessa que a parte em que tem maiores dificuldades é entender do maquinário. Para solucionar o problema, ela se aproxima de pessoas que considera de confiança e que têm grande conhecimento de mecânica. Mais uma vez, segue a lição do pai, que há 30 anos trabalha com as mesmas pessoas que o auxiliaram no início.