Textos: Carlos Wagner
carlos.wagner@zerohora.com.br

Fotos: Mauro Vieira
mauro.vieira@zerohora.com.br


















No começo do povoamento dos Estados do Oeste e do Meio-oeste pelos gaúchos, só havia uma exigência: derrubar mato e fazer lavouras. Assim foi erguida a vasta e rica área hoje conhecida como Brasil de Bombachas. Por imposição do mercado consumidor, os gaúchos e seus descendentes continuam aumentando e diversificando a sua produção. Os gaúchos estão aumentando a produção de duas maneiras. A primeira é por meio da compra de áreas degradadas pela pecuária extensiva. As aquisições estão sendo feitas próximas às obras de investimento em infraestrutura, como é o caso da Ferrovia Norte-Sul, no trecho de Tocantins, onde estabeleceu-se Rudimar Borghetti. E no caminho da Hidrovia do Rio Madeira, especialmente na região de Vilhena (RO), onde vivem várias famílias de agricultores gaúchos. A segunda é o aumento da produção de sacas por hectare com o uso de novas tecnologias. Até duas décadas, aumentavam suas glebas abrindo novas fronteiras agrícolas, lembra Alcindo Manfroi, 75 anos, que migrou de Sarandi, no norte gaúcho, em 1976, para Sorriso (MT). Manfroi foi dono de uma propriedade de 5 mil hectares na região e, depois, expandiu suas lavouras para o Pará, onde comprou 11 mil hectares. Na época de Manfroi, o governo federal e os organismos de crédito internacionais financiavam desmatamento. Há duas décadas, houve uma mudança radical nas regras. Agora, tornou-se praticamente inviável aumentar a área de lavoura à custa de desmatamento. No início de 2000, Pedro De Desaro vendeu uma área em Sinop (MT) e comprou uma fazenda de 1,5 mil hectares em Humaitá (AM), em plena Selva Amazônica. Os planos eram plantar arroz e criar gado. – O investimento está lá, parado. As leis ambientais não permitem mexer em nada – comenta.