Em se tratando de cerca de 3 mil quilômetros de tubulação, passando por baixo de várias cidades brasileiras, por onde percorrerá um gás inflamável, a questão da segurança é outro fator de preocupação. Mas se comparado aos riscos envolvidos no transporte terrestre como em caminhões , para alguns especialistas, o duto dispara na frente em matéria de segurança. "Veja que num caminhão os riscos de um acidente em trânsito no perímetro urbano, podendo gerar uma explosão ou vazamento de carga, é bem maior se comparado ao duto", observa o ambientalista Luiz Fernando Merico.
Uma das vantagens apontadas por especialistas e empresários, no que diz respeito à segurança, é justamente a ausência de necessidade de armazenamento de combustível nos parques industriais. Esta preocupação chegou também ao canteiro de obras, onde foi implantada toda a tubulação. E para isso, o Serviço de Engenharia da Petrobras (Segen), responsável pela implantação de 2.593 quilômetros de tubos em solo brasileiro, utilizou-se de toda a tecnologia disponível para garantir agilidade e segurança nos trabalhos.
Todo o trecho passou a ser executado de acordo com normas de segurança internacionais, além de um sistema operado e monitorado por satélite. A tubulação, por exemplo, foi checada através de ultra-som de chapa, radiografia de solda e testo hidrostático. A Central de Supervisão e Controle do Gasbol no Brasil ficará a cargo da Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG), proprietária e operadora do sistema em território brasileiro. A central recebe via satélite todas as informações sobre o Gasbol, tendo condições de imediatamente promover correções e garantir a operação de transporte do produto.
Ao longo dos dutos existem válvulas de bloqueio distantes umas das outras num raio de 32 quilômetros, de acordo com a densidade populacional do trecho. Em caso de vazamento, automaticamente as válvulas fecham, minimizando os riscos e possibilitando a notificação do local exato onde ocorre o problema.