AMBIENTALISTAS
AVALIAM QUE O GÁS NATURAL REPRESENTA A PONTE PARA
CHEGAR A MATRIZES ENERGÉTICAS AUTO-SUSTENTÁVEIS
A chegada do gás natural está animando ambientalistas e especialistas
no assunto, já que representa uma alternativa mais limpa frente a demais matrizes
energéticas. Mas as expectativas transcendem apenas à substituição pura e simples de
combustíveis bem mais poluentes, como óleo BPF (Baixo Ponto de Fusão) e a madeira,
representando um efeito transitório na busca de fontes energéticas mais limpas, como a
solar (calor) e a eólica (ventos). O benefício ambiental do gás natural é encarado com
seriedade inclusive pelas indústrias, que pretendem se utilizar deste fator para
minimizar os efeitos das barreiras ambientais impostas pelo mercado externo.
"Um marco" é o termo costumeiramente utilizado por empresários, ambientalistas
e estudiosos para definir a entrada do gás natural no Brasil. "Temos que ter o
entendimento que se trata de um combustível fóssil, portanto finito, e que a vinda do
gás natural deve estimular a busca de outras alternativas energéticas mais limpas e
realmente sustentáveis", comenta o presidente da Fundação Municipal do Meio
Ambiente de Blumenau (Faema), Luiz Fernando Merico.
Esta mudança, apontada pelos ambientalistas como transitória, promoverá de início
melhorias para o meio ambiente. Um dos ganhos está na baixa emissão de carbono, menor do
que outros insumos energéticos. Em comparação com o óleo BPF, muito utilizado até
então pelas indústrias catarinenses, o gás natural reduz em 40% a emissão de carbono,
um dos poluentes responsáveis pelo efeito estufa. "É praticamente zero também a
liberação de enxofre, fator gerador das chuvas ácidas", destaca Merico.
A utilização do gás natural como combustível para carros ainda deve demorar, mas
representará outros ganhos não só para o meio ambiente, mas também para o bolso dos
usuários. Num carro movido a gasolina ou a diesel o ganho de eficiência de energia não
chega a 40%, ao passo que através do gás natural este ganho pode chegar até 55%.
"Gradativamente, o setor produtivo deixará a lenha e o BPF para optar pelo gás
natural", analisa Merico.
Para o professor pró-reitor de pesquisa da Universidade Regional de Blumenau, Ivo Theis,
o gás natural surgiu para o Vale do Itajaí também em função de aspectos ambientais,
muito mais externos do que internos. Em sua tese de doutorado defendida na Universidade de
Tübingen, na Alemanha, Theiss tratou da questão energética no Vale do Itajaí. "Em
1994, entre o meio empresarial já se tinha ciência da viabilidade do gás natural",
explica o professor. O assunto acabou chamando a atenção do setor industrial do Vale do
Itajaí, em especial a indústria têxtil de Blumenau, devido as barreiras ambientais
impostas pelo mercado externo. "A própria sociedade civil organizada passou a exigir
das empresas uma produção menos poluente", conta Theis.
Plano de Gerenciamento
A implantação do gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol) também dispensou atenção especial
à questão ecológica. Os R$ 2 bilhões destinados pelas instituições financeiras à
construção de todo o sistema Gasbol só saíram mediante a garantia de que todo o
projeto seria executado com base num Estudo de Impacto Ambiental (EIA), que deu origem ao
Plano de Gerenciamento Ambiental (PGA).
O PGA, uma espécie de manual de procedimentos, norteou todas as atividades de
construção e montagem do gasoduto, evitando eventuais abusos por parte das empresas
envolvidas na execução da obra. O próprio circuito original do gasoduto foi alterado
algumas vezes com o intuito de preservar a fauna, flora e o relevo de várias regiões.
Além disso, por onde a obra passou, houve o cuidado no sentido de promover o replantio de
vegetação em áreas situadas no curso das obras. Os órgãos ambientais, tanto nacional
quanto estaduais, foram consultados para adaptar o roteiro do gasoduto de forma a que não
afetasse áreas de preservação permanente, sítios arqueológicos e parques florestais.
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Formas de utilização do gás natural |
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Combustível |
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O gás natural se apresenta como combustível fóssil de maior
excelência. Seu uso proporciona uma combustão limpa, isenta de agentes poluidores, tais
como compostos de enxofre e fuligem, proporcionando uma maior vida útil aos equipamentos
que o utilizam e um menor custo de manutenção. É um combustível ideal para processos
que exigem a queima em contato direto com o produto final como, por exemplo, a indústria
cerâmica e a fabricação de vidro |
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Gás
domiciliar |
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O gás natural pode ser utilizado em cidades através de redes de
distribuição para ser consumido em residências, bares, hotéis e restaurantes,
substituindo o gás de botijão (GLP) no preparo de alimentos e a energia elétrica no
aquecimento da água. Quando distribuído dessa forma, o gás natural é conhecido como
gás de cidades ou gás de rua |
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Automotivos |
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Usado em veículos automotores (carros, ônibus e caminhões), o gás
natural substitui a gasolina, álcool ou óleo diesel. Nesse caso, o gás natural é
armazenado sob pressão em cilindros acondicionados e adaptados aos veículos |
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Matéria-prima |
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Como matéria-prima, o gás natural é utilizado, de um modo geral, na
indústria petroquímica, principalmente para a produção de metano, e na indústria de
fertilizantes para a produção de amônia e uréia |
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Co-geração |
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Utilizado em turbinas de gás em conjunto com caldeiras recuperadoras de
calor. Essa forma de consumo proporciona a geração de energia elétrica e o
aproveitamento dos gases exaustos na produção de vapor (ciclo combinado) |
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Redutor
siderúrgico |
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Utilizado na redução de minério de ferro no processo de redução
direta para a produção de ferro esponja, essa alternativa se coloca como uma
opção aos tradicionais alto-fornos para redução de minério de ferro, que utilizam
coque como redutor |
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Outros
usos |
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Por ser um combustível de maior praticidade, quando comparado aos
combustíveis líquidos, o gás natural apresenta inúmeras outras utilizações menos
convencionais, tais como refrigeração de ambientes, em aparelhos de ar condicionado, em
geladeiras e motores estacionários |
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Fonte:
Petrobras |
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