Com o mesmo orgulho com que um trabalhador mostra a primeira casa própria, Juarez Machado apresentou para a imprensa, nesta quinta-feira, a sede de seu instituto internacional, instalado no número 994 da rua Lages, bairro América, em Joinville.

Considerado o primeiro passo de um dos grandes sonhos do artista, o local será inaugurado oficialmente na próxima terça-feira. A abertura será reservada a convidados, mas a partir de quarta-feira o público em geral poderá conhecer as instalações e visitar a coleção de obras que Juarez preparou para inaugurar o galpão de exposições.

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A sede, que ainda recebe os últimos retoques, ocupa mil m² de área construída. A recepção, setores administrativos, loja de artigos exclusivos com o selo do instituto e a reprodução de um ateliê ficam instalados na casa que pertenceu à família Machado a partir dos anos 1960, e restaurada recentemente. Um galpão de dois andares foi construído ao fundo do terreno para receber mostras de artistas convidados e pelo menos duas exposições temáticas anuais do joinvilense.

— Este instituto não é para mim. Não é um culto ao meu umbigo — frisou ao explicar que a entidade também pretende realizar atividades relacionadas as mais diferentes linguagens artísticas e, com isso, incentivar a produção das novas gerações.

Mais de 60 telas, esculturas, rascunhos, objetos pessoais e fotografias compõem a exposição A Bicicleta na Vida e na Obra de Juarez Machado, que ficará em cartaz até 28 de fevereiro, sempre de terça a sábado, das 10 às 19 horas; e domingos, das 15 às 19 horas. Os ingressos custarão R$ 5, e quem chegar a pé ou de bicicleta não paga.

Juarez fez questão de que a primeira mostra fosse também uma homenagem a Joinville. Foi na cidade onde nasceu que ele se apaixonou pelas bicicletas e por anos as reproduziu das mais diferentes formas em suas criações. A coleção inclui raridades como Bicicletas do Itaum, quadro que deu ao artista seu primeiro prêmio.

A entidade foi criada oficialmente há quatro anos com a missão de organizar a mostra dos 70 anos do artista, comemorados em 2011. Soixante-Dis — La Fete passou por Paris e, em 2012, chegou ao Museu de Arte de Santa Catarina (MASC), na Capital. A itinerância encerrou no Museu de Arte de Joinville (MAJ), no ano passado.

— Quando eu era jovem, queria ser famoso, agora eu quero ser eterno — brinca o artista, que deseja criar filiais para o instituto em Paris, Rio de Janeiro e Curitiba, cidades onde também mantém residências.