O ritmo em que a sede do Instituto Juarez Machado em Joinville ganha formas não é diferente daquele que acompanha outras atividades contempladas pela entidade. Com dois projetos aprovados pelo Ministério da Cultura (MinC) no valor de R$ 1.263.300 e uma lista de empresários dispostos a ajudar na manutenção do espaço, o legado que o artista deixará para sua cidade-natal está prestes a virar realidade.

A inauguração do complexo na rua Lages – com a casa da família Machado restaurada, galpão para exposições construído e um imóvel ao lado já adquirido – será em novembro, com a exposição A Bicicleta na Vida e Obra de Juarez Machado, que contará com telas, desenhos, esculturas e objetos do acervo pessoal do artista, que atualmente soma 2,5 mil quadros e 7 mil desenhos.

– Vivi os anos de ouro da bicicleta em Joinville, e ela me acompanhou por muito tempo. A primeira obra que tive premiada, aos 19 anos, foi a Bicicletas do Itaum – conta Juarez, que considera o instituto o seu atual foco de atenção, tanto que chegou em Joinville (ele vive em Paris) na semana passada para acompanhar de perto as obras.

As atividades de oficinas, intercâmbio entre artistas, palestras e exposições de convidados devem começar somente em 2015. Juarez já tem uma programação de mostras que ocorrerão de três em três meses.

Em paralelo, a verba captada com o consentimento do MinC será investida na catalogação de obras, documentos e trabalhos que Juarez Machado tem espalhados pelo mundo. O inventário está orçado em R$ 418,5 mil.

– Ele tem uma produção muito diversificada, que inclui cenografias para a Rede Globo e ateliês pelo mundo. Vamos reunir tudo, de cartas a fotografias, para que todos tenham acesso pela internet. Será uma base para pesquisadores e apreciadores – afirma Germano Bush, primo que coordena os projetos ao lado de Edson Machado, irmão de Juarez.

Os outros R$ 844,8 mil aprovados do MinC possibilitarão que a mostra Soixante Dix – La Fete, comemorativa aos 70 anos do artista e realizada em Joinville no ano passado, circule por seis capitais brasileiras. A coleção de quadros, esculturas, figurinos e objetos do joinvilense seguirá para Curitiba, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Brasília e Fortaleza.

Germano, que trabalha diretamente na captação dos recursos, afirma que mais de 10 empresários já aderiram à causa não só para contribuir com os projetos, mas para a manutenção do espaço. Os mecenas terão seus nomes gravados em uma parede na sede do instituto e receberão um pincel personalizado.