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Itapema FM  | 29/10/2014 07h02min

Instituto Internacional Juarez Machado passa pelos últimos preparativos antes da inauguração

Local reunirá acervo do artista e receberá exposições de convidados a partir de 25 de novembro

RAFAELA MAZZARO  |  rafaela.mazzaro@an.com.br

As esculturas de quatro moças desinibidas e um rapaz bem-humorado, todos de posse de suas bicicletas, andam chamando a atenção para o que há por trás do muro do número 994 da Rua Lages, em Joinville. As peças descontraem os passantes, porém não há mais mistério: ali estará celebrada a vida e obra de um dos artistas mais notórios da cidade.

A menos de um mês da inauguração, o Instituto Internacional Juarez Machado recebe os últimos detalhes em pintura e mobílias e enche de orgulho os olhos de seu idealizador. Além de organizar e zelar pela sua vasta produção artística, a iniciativa recupera a casa que a família Machado adquiriu na adolescência de Juarez e que servirá de recepção e administração da entidade.

As memórias da juventude estão contempladas até no jardim, projetado com plantas ao gosto de sua mãe, dona Leonora, que faleceu em 2011. Apesar de ter ido estudar em Curitiba aos 18 anos e de lá partido para o mundo, o artista frequentava regularmente o endereço.



A casa antiga foi restaurada, mas não escapou da criatividade inerente ao dono: as grades de algumas janelas formam uma silhueta da face consolidada como sua marca, as placas indicativas de sanitários foram criadas por ele e a porta principal recebeu uma palheta em vitral.

No jardim estão as duas primeiras obras de arte a integrar o complexo, formado também por um recém construído galpão de exposição e um terreno que servirá para a instalação de um depósito. Uma das esculturas em aço foi trazida de Paris, onde Juarez mantém um atelier. A peça, que faz referência à escultura Vênus de Milo, viajou em um container com outras produções dele. A outra, Joinville: A Filha da Chuva, em aço e fios de nylon, é uma homenagem à cidade criada especialmente para o instituto.



Até a inauguração, marcada para 25 de novembro – dia do aniversário de dona Leonora, que completaria 98 anos –, a casa deve receber os produtos com a marca da entidade. Gravuras, guarda-chuvas, catálogos, echarpes e objetos curiosos, como os cacos de azulejos que despencaram do painel O Grande Circo, no Centreventos Cau Hansen, serão comercializados como forma de garantir a manutenção do espaço, que além de receber exposições do acervo de Juarez e de convidados, deve oferecer oficinas e atividades ligadas às artes.



O instituto foi a maneira que Juarez Machado encontrou para garantir um destino adequado ao seu legado artístico, que hoje soma mais de 3 mil quadros, 7 mil desenhos, além de objetos, esculturas, coleções de fotos e cartas enviadas por remetentes como Tom Jobim e Vinícius de Moraes. Apesar de ter apoio de empresários, grande parte do dinheiro saiu do bolso do próprio artista:

– Se for pensar, isso é loucura, coisa para gente como Roberto Marinho. Mas se eu não fizer agora, enquanto minha memória ainda funciona, quem fará? 
 
Duas rodas como inspiração
 
A exposição de abertura não poderia ter um tema mais joinvilense. A Bicicleta na Vida e Obra de Juarez Machado lança a série de mostras temáticas que ele pretende realizar pelo menos uma vez ao ano, em paralelo à agenda com convidados. A visitação abrirá ao público em 26 de novembro e continuará até fevereiro de 2015.

Cerca de 60 peças entre quadros, esculturas e objetos, vão inaugurar o galpão, que faz referência à técnica arquitetônica enxaimel e às indústrias da cidade e garante aproveitamento da luz solar por meio de extensas vidraças. Entre as obras estará Bicicletas do Itaum, seu primeiro quadro premiado, há mais de 50 anos, ao qual poucos tiveram acesso.

– Eu vi as coisas mais lindas da vida andando de bicicleta. Sou do tempo em que carro era só para sair no domingo – conta o artista saudoso, que após a inauguração pretende passar mais tempo na terra natal (hoje ele se divide entre Joinville e Paris).

Adepto dos meios de transporte alternativos, Juarez também faz um convite provocativo ao público:

– Quem vier de bicicleta não paga ingresso!

Outro atrativo para os ciclistas, será um bicicletário instalado em frente ao instituto.

A NOTÍCIA
Salmo Duarte / Agencia RBS

O autor com uma das esculturas que integram o complexo da entidade
Foto:  Salmo Duarte  /  Agencia RBS


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