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Planejamento urbano  | 16/03/2012 06h11min

Governo Federal deve definir nesta quinta-feira se Ponte Hercílio Luz receberá recursos para ser restaurada

Proposta é para captar R$ 76,8 milhões para finalizar estrutura provisória

Roberta Kremer  |  roberta.kremer@diario.com.br

Era uma quinta-feira naquele 13 de maio de 1926. Mesmo com a chuva torrencial, a solenidade de inauguração da primeira travessia que garantiria a manutenção do título de Capital a Florianópolis, contou com ilustres políticos, militares e o povo. O marco foi registrado nos jornais da época. Quase 86 anos se passaram e chega mais uma quinta-feira especial para a Ponte Hercílio Luz.

Prevista para vir a Florianópolis nesta quinta-feira, a ministra de Cultura Ana de Hollanda mudou sua agenda de última e entregou nas mãos do secretário de Fomento e Incentivo à Cultura, Henilton de Menezes, o futuro do maior ícone de identidade da Ilha. É hoje que ele anuncia se o elo entre o manezinho e a sua história será salvo com recursos da Lei Rouanet.

A ponte de aço sempre esteve envolvida nos sonhos de catarinenses. E nunca foi fácil conseguir mantê-la. Sempre faltou dinheiro. Isso já na sua construção, quando Hercílio Luz, primeiro governador eleito de Santa Catarina, decidiu construí-la. A obra só foi possível com o empréstimo feito com banqueiros americanos. Para se ter uma ideia do custo que representava a construção naqueles tempos, o valor chegou a 14 milhões contos de réis, metade do orçamento do Estado. Grandiosa, era a quinta maior ponte pênsil do mundo na época. A imprensa a chamava de colosso de aço.

O esforço do governador engenheiro mudou a vida dos 41 mil habitantes da Capital daquele período — menos de 10% do número de moradores de hoje. Eles não precisavam mais enfrentar, de barco, os fortes ventos sul para acessar o restante do Estado.

Até 1975, quando foi construída a Colombo Salles, a Hercílio Luz era única. Só por ela passavam os carros. Nela, os moradores tiravam suas fotos de família. Foi útil para o transporte até 1982, quando foi descoberta uma barra de olhal rompida, e o alerta de que as 5 mil toneladas da travessia poderia ruir em um efeito dominó. Veio a interdição.

Durante 30 anos, 14 governadores tentaram restaurá-la. Não obtiveram êxito e os discursos eram similares: o Estado não tem verba. De imediato, foi apenas reforçar o olhal rompido com cabos de aço.

Tombada como patrimônio público municipal, estadual e nacional, sua estrutura é a lembrança que o turista leva e um marco da engenharia mundial. Suas duas irmãs gêmeas, construídas nos Estados Unidos, já se foram e desde 2003, a Hercílio Luz está sendo restaurada. Foram investidos mais de R$ 65 milhões nesse período. Só que, mais uma vez, o governo estadual diz que não conseguirá financiar o restante sozinho. Enviou o projeto ao Ministério da Cultura em novembro e requer, pela Lei Rouanet, R$ 76,8 milhões para terminar a estrutura de sustentação provisória - uma espécie de ponte sob a ponte —, que impediria a temerosa queda.

A recuperação da primeira travessia é um sonho dos moradores de Florianópolis se for levado em conta a pesquisa realizada pelo Instituto Mapa para o Fórum Futuronópolis, no fim do ano passado. Dos 406 entrevistados, 75% consideraram que a Ponte Hercílio Luz deve ser recuperada com a sua estrutura original. Mas para isso, ela, a dama de aço, precisa de ajuda para seus contornos iluminarem as noites da Capital catarinense.

 Qual sua expectativa em relação a restauração da ponte?


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