O projeto para transformar as marginais da BR-101, entre Biguaçu e Palhoça, em vias semiexpressa com o encurtamento em 18 quilômetros do contorno viário de Florianópolis não convenceu. Em reunião nesta terça-feira promovida pela Associação Comercial e Industrial de Biguaçu (Acibig), lideranças da região decidiram lutar pela proposta antiga.

O Tribunal de Contas da União (TCU) também está de olho na mudança e fez uma auditoria no contrato, que está para ser encaminhado ao relator em Brasília.

O encontro em Biguaçu é considerado o início do movimento para rechaçar a nova proposta. De forma unânime, representantes da Secretaria de Desenvolvimento Regional da Grande Florianópolis, lideranças empresariais de Biguaçu e da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) consideraram inadequada a proposta apresentada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e Autopista Litoral Sul em junho.

De acordo com a Autopista, o encurtamento da extensão do contorno de 42 quilômetros para 24 quilômetros é mais interessante, pois prevê o aumento das marginais da rodovia. Isso porque um estudo feito pelo grupo apontou que os usuários potenciais do anel viário representam 16 mil veículos por dia, ou seja, menos de 11% dos 150 mil carros que passam diariamente na BR-101 entre Biguaçu e Palhoça.

Como é comum o congestionamento na pista, a concessionária defende criar uma via entre a pista principal e as marginais entre Barreiros e Forquilhinha, em São José. Essa seria a via semiexpressa. O restante das laterais passariam de duas para três faixas. Também haveria uma ligação direta com a BR-282, em Palhoça. A promessa é de que a mudança reduziria de 25 minutos para sete minutos o tempo para percorrer o corredor.

No encontro na Acibig, onde nem a ANTT nem a autopista apareceram, o prefeito José Castelo Deschamps afirmou não acreditar que o tráfego pesado seja apenas de 11%, mas de 50%, e considera a alteração uma tentativa da empresa de reduzir custos. Para ele, o projeto original, que prevê o anel viário entre o km 178, no Rio Inferninho, em Biguaçu, e o km 220, próximo ao pedágio de Palhoça, é o ideal para diminuir o trânsito intenso no trecho.

Enquanto a primeira ideia era fazer o contorno em uma extensão de 44 quilômetros da BR-101, o mais recente reduz para 26 quilômetros — começa no km 196.

— Se encurtarem, a entrada do contorno ficará na área mais urbanizada da cidade, não vai adiantar nada para nós. E também não será tão atrativo para os caminhões. Muitos nem vão querer passar pelo contorno, pois não seria vantajoso dar uma volta maior para se livrar de um trecho curto de alto tráfego — observa Deschamps.

No encontro, ficou acordado que o prefeito da cidade sede do encontro, Deschamps, convide s chefes de Executivo dos municípios vizinhos para marcar uma audiência com a direção da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e apresente o posicionamento contra o novo projeto.

Veja a nova proposta no mapa:


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Contraponto

Conforme a Autopista Litoral Sul, a obra de construção do contorno de Florianópolis, prevista pelo contrato de concessão da Autopista Litoral, não sofreu alterações.

De acordo com o PER (Programa de Exploração da Rodovia), o contorno de Florianópolis deverá iniciar no km 196,1 (PNV 2007) e terminar no km 220 (PNV 2007).

A empresa submeteu o estudo de impacto ambiental (EIA-RIMA) da obra para análise do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que solicitou algumas readequações neste estudo, a fim de complementá-lo, o que é um procedimento comum no caso de obras complexas como a da alça viária. Essas readequações estão sendo providenciadas, e as obras serão iniciadas após o recebimento da licença ambiental.

Sobre uma possível ampliação da BR-101 em Santa Catarina, a sugestão foi apresentada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), em Audiência Pública na Assembleia Legislativa de Florianópolis, e não é relacionada ao contorno de Florianópolis.

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