Pela segunda vez em duas semanas, a deputada federal Angela Amin (PP) e a senadora Ideli Salvatti (PT), dois dos principais nomes na corrida pelo governo de Santa Catarina, almoçam juntas.

O encontro desta terça-feira será em Brasília e terá como anfitriã a pré-candidata à Presidência da República, Dilma Rousseff, que busca entendimento para, ao final do encontro, ter dois palanques no Estado.

A missão das petistas, que vão contar com o reforço de José Eduardo Dutra e José Fritsch, presidentes nacional e estadual da sigla, é convencer Angela Amin a apoiar a candidatura presidencial de Dilma ainda em primeiro turno mesmo disputando o governo com Ideli.

Entre os argumentos que serão colocados na mesa, a participação do PP no governo Lula. Ideli garante que não se importa em dividir Dilma com a provável adversária pepista. 

— Não porque isso já acontece em outros Estados. E porque é melhor dois palanques para a Dilma do que dois para o Serra — brinca.

O maior empecilho à composição é a disposição do PP de só apoiar alguma candidatura em primeiro turno se for o palanque único.

A decisão já havia sido tomada no encontro realizado pelo partido no começo do mês e, segundo Angela Amin, será reafirmada hoje à Dilma Rousseff. 

— Continua sendo a nossa condição. Para apoiar Dilma no primeiro turno, temos que ser o palanque principal — diz a pré-candidata.

Angela diz que será a única representante do PP no almoço e que vai a Brasília “mais para ouvir”.

Na quinta-feira, o PP se encontra com o PDT na Assembleia Legislativa para avançar na composição de uma aliança para o governo. Os pepistas estão dispostos a ceder a vaga de vice na chapa de Angela.

Os pedetistas também serão alvo do PT durante a semana. Em Brasília, José Eduardo Dutra e José Fritsch vão se encontrar com o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, em busca de entendimento local.

Os petistas, que já estão fechados com PR e PCdoB, acertaram ontem o apoio do PSB.

Djalma Berger, presidente estadual da sigla e prefeito de São José, disse que a prioridade do partido é a eleição para Assembleia. Com o acerto, Ideli avança na intenção de ter os partidos que apoiam o governo Lula em sua aliança, não descartando, inclusive, PMDB e PP.

Nesses dois casos, Ideli diz que um acerto em primeiro turno depende de outras composições. 

— É difícil fechar alguma coisa sem saber o que a tríplice aliança vai fazer — avalia Ideli.

PMDB, de Eduardo Moreira, e o DEM, de Raimundo Colombo, não têm conversas com outros partidos marcadas para esta semana.

O presidente em exercício do PSDB catarinense, José Roberto Martins, deve se encontrar com o comandante nacional da sigla, Sérgio Guerra, na quarta.

Ele vai levar a intenção dos tucanos locais de terem candidatura própria, com o governador Leonel Pavan ou com o deputado federal Paulo Bauer.

ANGELA AMIN, Pré-candidata do PP

— Para apoiar Dilma no primeiro turno, temos que ser o palanque principal.

IDELI SALVATTI, Pré-candidata do PT

— É melhor dois palanques para a Dilma do que dois para o Serra.